quinta-feira, março 30, 2006

Tabacaria, Adriana e Parker

Sei das voltas do mundo que são pequenas; sei-me estreito. Ao estender o braço, muro. Nos pés chão escasso. Por cima azul, vasto, mas inacessível. Faço crescer as minhas plantas ao céu, raízes perfurando o solo. E olho os pássaros, bebo asas. Pequenas formas de anarquia. Projecto a voz e não recebendo eco, sei-a a pousar distâncias que os olhos não galgam. Penso, penso muito. Elaboro no meu âmago complicadas tramas, que às vezes me ocupam horas, algumas dias, em capítulos de novela amanhã há mais. E volto a pensar; escrevo uns versos ( escrevo uns versos, depois rasgo, cantava Adriana ) não os rasgo. Nunca rasgo versos, a não ser que já os tenha copiados; tenho muitos versos; não muitos bons; aposto, definitivamente, na quantidade. E escrevo estes versos para provar que sou sublime ( Tabacaria ). Ouvindo Parker a solar, foge-me a escrita para o improviso jazistico. Mil perdões. Sei que o meio requer concisão. Fim.

quarta-feira, março 29, 2006

Livre

Na manhã seguinte ao último dia
Quando o encontro querido
Se tornou em solução saturada
E dois caminhos se abriram

Vi Rio Tejo a sair de Vila Franca
E soube
Que mudar existe
Para ser diferente
Para ser melhor?

Agora és tu morena a pálida
E desapareces nesta berma Tejo

Vila Franca parte na mesma
Mas eu mudei
Não sei se para melhor
Mas sei-me diferente

Maior
Mais polido
Menos crente
Mas mais, muito mais

Livre

O amor por ti ainda me segue
Como uma sombra fugaz
De dia sem sol
Suspeito que sempre me seguirá

Mas já não olho para trás
Já não sou teu
Já nem sei o que sou

Mas sei-me mais livre
Maior

Paradoxo luminoso
Cresci Homem e reduziu-se-me a sombra
Saíste tu e cresceu-me o espaço

Livre

segunda-feira, março 27, 2006

Penso Minas

Tive um Professor de Planeamento Urbano, de que não lembro o nome mas que me resta na saudade, que nos dizia que a espessura de um lápis pode fazer e desfazer fortunas. Quando cruzo este país parece-me que aqui nem é preciso lápis, quanto mais plantas. Por todo lado a urbanização, não selvagem, mas metódica, planeada, dolosa, toma conta de todo o arrabalde, de toda a margem, de tudo. Duas casas e meia tem cada português, diz a estatística, mais trinta milhões nas previsões. E eu lembro o lápis, e penso minas.

domingo, março 26, 2006

Tuaregue

No meu sangue Azul Tuaregue
Marcado pelo gene caminhante
Percorro ( percorre-me )
a ida

Sou da estrada como outros
Da quinta, da cidade; do sítio
Sou da senda
Do ido e ainda não chegado

Do meio

Vou; estou sempre a ir
E no entanto à escala
Nem me movo

Sou ponto epiléptico
Em planta ridiculamente topográfica
Circulo em bairro
De cidades escassas

sexta-feira, março 24, 2006

Bate a Vaga

Bate a vaga bate a vaga
Com força contra o paredão
Onda baixa, onda rasteira
Cinza prata em brilho chão

Sopra o vento Sudoeste
Correm-me nuvens por cima
Olho sol de frente e posso
Lente verde e neblina

Sopra o vento
Bate a vaga
Com força na areia ouro
Precioso o fim da tarde
Fim de tarde e mar e sorvo
Este ar quase sem cheiro
Mas com sol areia ar
Mar

Bate a vaga pelas rochas
Corridas quase lambidas
E falta-me uma mão não minha

E pronto

Fim de tarde bate a vaga
Com força contra o paredão
Onda baixa, onda rasteira
Cinza prata e brilho chão

quinta-feira, março 23, 2006

O Milagre do Sol


E a carga d’àgua nega-me o sol há já três dias; e é suposto eu sentir-me feliz com este excesso que remedeia a falta dela e o desperdício nosso, e é suposto eu renegar o sol em nome do aquífero, em prol da agricultura, do banhinho diário ( que agora dizem fazer mal à pele, apesar do bem que faz às fossas nasais próprias e alheias ). Nunca mais, My Lord, tu inspiras a Ciência Meteorológica e nos dás um Tempo Certo da Chuva, um Tempo Certo do Sol; nunca mais erradicas a geada que mata a fruta e o bicho da fruta; nunca mais crias a Estação da Neve, apenas nas estâncias e para as instâncias skiadoras. Porquê a Tua sanha climática? Bem, a Teologia, aliada natural da Novena Para Ver se Chove e Agora Ninguém para a Gaita da Chuva, terá explicações obvias. A mim faz-me falta o sol. Encara, ò absurda Divindade, estas linhas como de pesca de milagres ( eu sei que já ouve um em 1917, e que tu não gostas de replays, mas anda lá... pleaaaseee....).

PS: escrito ao meio-dia, parou de chover às 3, às 5.30 estava em frente ao Atlântico, a apanhar sol; prece atendida ou Ironia Divina?

quarta-feira, março 22, 2006

Mas Quase

Entender o voo da andorinha
Razando ( lúdica ? )
Exibindo ( lúbrica ? )
Seria adquirir ( saber ? )

Ver, apenas ver a ludibriante asa
A quase sombra quase negra
Morcego diurno fim de tarde
Haverá parentela entre estes desafios
Gravíticos ?

No sazonal bailado
( Porquê, andorinha, não duras o ano ? )
Tenho angústias quando ainda não chegaste
Mas quase
E quando vejo a primeira
( Quase sempre um par )
Pareço sempre o puto
Que era nas primaveras infindas
De quando era um puto

terça-feira, março 21, 2006

NordSud

Curiosidades

A ladeira que vai ao Castelo de São Jorge é árdua. Com o sol nas costas, ainda escasso, mas quente, de uma Primavera temporã, com o peso do casaco a cortar-me na mão, fi-la. Para dar com torniquetes. Perguntado o paradeiro da bilheteira, era mais abaixo. Desci. Não muito, é certo. Mas senti-me curiosamente recusado. Já na bilheteira física, foi-me perguntado se residia em Lisboa; respondendo que não, foram-me cobrados 3 Euros de tarifa. Já em retirada munida de ingresso, assaltou-me uma curiosidade: Se fosse residente, pagaria mais, ou menos, inquiri. Não pagaria nada, respondeu o pseudo Caronte. Descobri-me, curiosamente, cidadão de 2ª. Num país de 3ª.. Mas viva São Jorge, e a vista. O Tejo sabe melhor pagando por ele, afinal.

Les Serpents

Serpenteiam as serpentes da Sé, uma serpenteando oposta à outra, suportando maciças de granito um corrimão duplo. Cabeça com cabeça uma virada a Norte, outra a Sul, na fachada rigorosamente de cara a poente. A Nascente o obvio sacrário, centro e origem, fulcro da alavanca cardeal da Fé. Porto, manhãzinha. Perguntei lá dentro o porquê de duas serpentes, que nomeei Normandas, a porteiras de templo; que não se sabia. No claustro, pobre, a cruz ao centro é, nitidamente, de traça Franca. Irmãos de viagem, cruzeiro e feras? Lá em cima, um tesouro decente, a apagar-me o claustro onde só um capitel com Adão, Eva e Grifo me tocou. A casa da Câmara, de tão boa, tinha-me estragado a manhã para novos gostos. Um Porto cinza como só cinza sabe ser o Porto, esperava-me para um dia a cirandar. Serpenteando?

sábado, março 18, 2006

Não

Não olhes p’ra mim de esperanças
Qu’eu não dou esperança a ninguém
Vivo no medo do escuro
Que me tinge de porém

Em verso querido veloz
Cai palavra em catadupa
Num ritmo inox, feroz
De brilho, minúcia, lupa

Quero a palavra activa
Nunca construção betúmica
Fuscante, ágil, incisiva
Com tudo à volta; e única

quarta-feira, março 15, 2006

Lx 21

Hoje viajei numa carruagem maioritária à moda antiga. Não escolhi; deram-ma. A minha maioridade acabou à meia-noite do dia 3 de Julho de 1986. Ainda não percebi se ganhei ou perdi com a troca; um dia decido. Até lá, rezo a Sto. António sermões e peixes, e subo a colina a pensar nas outras 6. A Sé é bela, com o sol na fachada.

São Jorge

Nos meus tempos d’aba larga
Disse a Maria e voei
Nas penas de um par de asas
Planando te direi
Um dia o que me cheirar
Seja a campo seja a rio

Voar, necessidade básica
À minha alma doente
Nem que seja entre Paredes
De uma guitarra corrente

Vou
Não sei como mas voo
E os olhos que me miram Tejo
Põe-me a alma d’azul
Como panos de bandeiras que sumiram
Decretadas d'outras estórias

Ai Afonso
A ambição mata
Mouros

segunda-feira, março 13, 2006

Luz Mais Larga

Procuro o puro peso plástico
A atmosfera serena do verso

Armação
Arquitectura futura sem traves
Nem entraves

Só vida luz som

Cristalino como retinas globulares
Oculares como testemunho de fé

Avé, som!
Avé, sentido!

Sentidos únicos
Sob os olhos de uma luz mais larga

sábado, março 11, 2006

Vasta Família ( a E. )

Cavalheiro, o senhor está? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não está: Depreende-se. Não entendi. Se não sou a entidade, não estou; nem sou. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse saiu. Quando volta? Não volta: Depreende-se. E onde se encontra detido? Não se encontra, muito menos detido; provavelmente está retido. E retido, perdoe-me a insistência, aonde? Entre conceitos: Depreende-se.

Cavalheiro, o senhor vai? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não vou: Estou. Não entendi. Se não sou a entidade, não vou; não vim, fui-me. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse ainda não chegou. Pode-me dizer a hora da provável vinda? Sigai a estrela como todos, lá ireis dar à hora da conveniência. E qual o fuso? Olhai a roca, lá ireis dar. Agradecido. De nada.

Cavalheiro, quem sois? Tudo o que fui mais o meu desejo, cumprindo as Leis e os Usos, vestindo o pano da Ordem, aspirando Liberdade e Pão. Sois muito, não sereis demais? A lamina do carrasco é o limite da minha imprudência, o grito primeiro minha carta de intenções. Sou; e basto-me. Arrogância será Vosso nome de Família? Sim, e é vasta Família.; depreende-se.

A Um Retrato

Trinta meninas sentadas
Numa berma estreita e áspera
De um espirro se foi uma
Ficaram só vinte e nove

Uma mais as vinte e oito
E foi um ar que lhe deu
Vinte e oito são agora
Até mais uma ir embora

Vinte e sete se não erro o conto
Agora à beira do mar
Pois ainda vinte mais sete já não sei
Me sinto tonto

Tantas meninas tantas
De cara à vaga ao sal do mar
Contemos: são vinte e cinco?
Já nem eu as sei contar

Numa roda amarga e solarenga
Rodam, rodam sem parar
Quantas são centrifugadas
Vinte e duas, que é par

São três agora, e tristes
Sozinhas e doloridas
Tentam amor e cantigas
Uma arranjou namorado

Acaba o conto marado
Inspirado em Paula Rego
Com Presidente Apeado
Agora de mudo em cego

Sobram só duas meninas
A mais um golpe de estado
Fica em memória sentado
E vai bem: já está usado.

Caster by Night

Vai o riozinho silencioso e negro descendo à Ria
Murmurando palavras tão baixas
Palavras para peixes
Eu, que vivo na sombra de Sto. António
Engraço com estes sermões

É certo que no leito esconso
Há mais detergente que água
Mas isso a esta hora não se vê, nem cheira, felizmente

Não há peixes, é certo, não vê razão nisso o riozinho
Para seguir mudo
Forças do habito de descer em corrente e ter com quem falar
Forças nascentes correntes; desaguar

Riozinho, meu riozinho
Desaguas ainda
Roubaram-te os patos com medo da gripe
( Será que quem os tirou de ti
se constipou na água fria?)

Sermões a peixes que não há, memórias de patos
Riozinho, meu riozinho
Nem a represa te vale
Vale-te o vale que te leva
Desaguar

KWY ( a M.F. )

A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
Vinte e três letras tinha o meu alfabeto

K

As
Belas
Contas
De
Empatar
Ficaram
Guardadas
Hoje
Impossíveis
Junhos
Ligeiros
Marços
Não
Ordeno
Palavras
Queridas
Regulares
Tuas
Urra (a)
Voz
Xadrez
Zumbido

A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
Vinte e três letras tinha o meu alfabeto

W

Abro
Betão
Cuidado
De
Empatias
Faço
Gozar
Horas
Imprevistas
Jamais
Lei
Moral
Nenhuma
Oposta
( ao ) Pão
Quem
Rindo
Sonhou
Tudo ( ? )
Uns
Vão
( encai ) X ( otar )
( lu ) Z

A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
Vinte e três letras tinha o meu alfabeto

Y

A
Bruta
Coisa
Decadente
E
Frágil
Ganha
Hipóteses
Imbecis ( , )
Luz ( , )
Mais ( ! )
Nosso
O
Perene
Querido
Rumor
Saturnal
( mas ) Tímido
Urro ( mais um )
( a ) Voz ( a voz humana )
Xadrez
Zebrado

KWY

quinta-feira, março 09, 2006

Assis

Canito de vários nomes
Para mim era só lindo
Exigia festas breves
E lá foi como que indo

Sólido, belo, leal
De voz escassa e imperial
Preto d’olho, d’alma branca
Dono da obediência franca

De quem sabe onde pertence
Amado foi, ainda é
( Amor deste nunca vence )

Corre agora, diz Maria
Passarinho pelo céu
Vi-o hoje; uma alegria

terça-feira, março 07, 2006

Cinza

Cinza céu cinza sou cinza
Aperto no pescoço um cachecol cinza
Tenho no coração a cinza que deixaste
Cinza, cinza, mais cinza

Nas minas mãos matraqueantes
Escorre ideia cinza após ideia cinza
Ontem o mar era verde
Da cor quase das minhas pupilas
Meninas dos olhos, onde está minha menina?

Foi e levou a outra cor
A que quis; não discuti
Foi porque eu quis?
Ai as vontades, ecoam elas
Na rocha assimétrica?

Na rocha assimétrica de meus versos utilitáriamente métricos?

Odes a amores defuntos erram pelos livros de poemas
E não deixam nunca morrer tais amores
Dá-me, Tu que dás, a escrita funerária
A lápida palavral definitiva!

sexta-feira, março 03, 2006

Maña di Carnival

Sobe a onda desce a onda
Na praia a esta hora ainda cinza
Rumoreja o mar a canção necessariamente dolente do amanhecer

Vim aqui romaria hábito
Ouvir mais que ver o oceano
As ondas que vão têm o melhor som
As que vem também

O cinzento do mar picado levemente pelo vento
Ponteado nas encostas de vaga de um azul colorido de sol recém-nado
Enchem-me de uma ternura existencial
Que atribuo à falta de sono
A cinco quilómetros de bicicleta

Subo um paredão e escorrega-me um pé depois outro
Caio de cara na rocha
Já tive amores menos violentos
A testa sangra levemente a não querer contrariar a faina
De enregelados pescadores na maré vaza

À minha frente o regueirão da minha infância
Cria a ilha desejada pré-amores
Olho o sol a surgir após a mata depois da recordação da duna
E ponho nos ouvidos qualquer coisa de Parker
Latejante como a minha testa este som que anula o mar

Desço com cuidados cirúrgicos a pedra que não foi meiga comigo
A cara rasgada a lembrar ascensões recentes quedas inevitáveis
E vou na bicicleta na lentidão deste deserto Furadouro
Pedalando em contra mão tentando que anule o mar desta vez
O feio urbano de homens cegos à sua transcendência

Canção do mar que me embalou e me cuidou
Razão da minha vida aqui e agora
Vibra o tímpano da emoção rara
Da ausência de motores
A retina raiada de uma lente riscada
Corta-me o ver a meio

E porque não?
Não nunca nos é dado ver tudo nunca tudo
Porquê insistir
E do mar ouço a resposta solene de uma onda mais cava
Porque existes filho porque existes
E volto-lhe as costas a cara contra o sol o picar do sal no picar da ferida
Na testa leve de mais uma manhã

quinta-feira, março 02, 2006

Sonhei com Mãos

Parece-me estranha a mão que me toca na testa acordo era sonho sonho com mãos agora não sei porquê o que é sonhar com mãos? Deve haver um livro de sonhos onde me digam mãos iguais a falta disto, excesso daquilo, não sei, livros sonhados, livros de sonho tenho dos dois sonhei muito com alguns livros que tenho tenho livros que são sonhos, outros que sabem a sonho o que é sonhar com mãos?

Parece-me estranho o sabor da minha boca, isso sei são saudades da tua, falta-me à gengiva o sal do teu beijo; o mel da tua língua a cirandar a minha boca, porquê, livro dos sonhos, acordar sonhando é tão penoso como saber ter sido sonhado e repelido como sonho, mau?

Familiar agora o bater do coração solo, sem ecos nem palpitações ocas recovadas calibradas em sopro de dois ai o sopro no coração ainda será doença, e se sopra, é vento ou brisa; livro dos sonhos dá-me a mão no mapa desta estrada entranhada que não me larga, que não me deixa, sempre a minha frente sempre atrás de mim, livro dos sonhos, o que é sonhar com mãos?

Les Adieux

Sobre ausência e amor
É difícil rimar
Já tudo foi dito
Entre ir e ficar

Adeus não és futuro
Disse ela, e eu sim
Adeus não és passado
Alicerce de mim

Sabes o peso da minha mão
A pose e o gesto
Ouviste o meu sermão
Sobre o desejo e o resto

Vai, eu sei que fico
Aqui parado sem tempo
Memória parda de mito
Parado, nau sem vento

Brisa, brisa tu que foste
Um mais na soma da vida
Digo-te adeus velha chama
Sem te acreditar partida

quarta-feira, março 01, 2006

115

A curiosidade matou o gato báltico, a boca cheia de penas venenosas. Peste, grita a Europa, Peste. Na estrutura que pretendo sincopada destas linhas. Requien Felino. Felizmente felino. Já feliz de não caçar mais nada; egípcio, vai ser mumificado pela moderna ciência. Como se chamaria. Arrisco Félix; ou Tom; ou, ouso, Fritz. Fritz é suficientemente Tadesco. Nas linhas do meu solo, a solo, a solidão da morte do cato que comeu ( um canário ) silencia-me o som; as teclas comem espaço no ecrã, as linhas sinuosas do felino feliz com penas de pato aquática a sua vida agora; pausa; nas linhas que pretendo sincopadas, jornalísticas como relatar um gato, vadio, alemão, Europeu.
Du-bi-da-du-du-bi-da; sincopado o texto morreu um gato tantos mais hão-de morrer, caçador, caçador, por fim vítima de penas ferozes; Du-bi-da-du-du-bi-da; hino que pertendo felix como feliz era teu nome, olhavas as águas do Báltico e hoje é dia de águas de Março. Du-bi-da-du-du-bi-da; No jazz colho a resignação, morreremos todos um dias uns sincopados, outros apoplécticos, outros em paz serena e gélida. Du-bi-da- du-du-bi-da Du-bi-da-du-du-bi-da Du-bi-da-du-du-bi-da Du-bi-da-du-du-bi-da.