quinta-feira, julho 14, 2005

Voos

Com a repentina vontade de voar sobre telhados rubros
Sob o céu azul e o sol a pique
Olho andorinhas como a olhar oásis

Voar assim com a geometria louca de perseguir insectos
Saciar-me em voo os pios a soar a angustiados gritos de guerra
Ângulos absurdos volteares fantásticos
A asa preta dobrada na velocidade mágica da caça

Sinto o peso dos meus pés que o calor mais cola à calçada
Olho esparvalhado o ballet carnívoro olho esbugalhado
Queria as minhas costas duas pesadas asas
Que batidas me elevassem à altura das igrejas
Queria o vento sob elas a fazer-me subir majestoso

Não me é dado porém, por este Deus cruel, senão o olhar
E assim fico soldado na calçada a cabeça inclinada atrás
a seguir voyer as curvas magnificas das minhas amigas aladas
A sonhar meu o acrobático voo da andorinha negra