terça-feira, dezembro 09, 2008

Eu Vou Lá Ter de Comboio ( a I. )

A apanhar raios de sol declinando
Telhados que antevejo ruinosos
Espero, Redentor Dezembro
O frio desinfectante das tuas manhãs pálidas

A cama morna de apenas um corpo

Tenho nas mãos a cautela de quem já perdeu cautela
E nas esperanças bilhete de taluda perpétua
Ou rifa sai sempre
( desde que tu saiste, ó Musa )

Quando desceres do Céu
Ó Anjo Terrivel nos meus Céus de Lisboa
Vai ser noite e fria noite e vai ser dia
De fogueira pelos olhos e nas mãos

Lisboa novamente ninho de corvos e pombas

Voa!
Peremptória voa para mim e para cá, Musa!

( eu vou lá ter de comboio )