terça-feira, outubro 02, 2007

Marchinha

No cair da primeira chuva
Escorro lento na sarjeta suja
Sou a folha a boiar serena
E o pingo soletrante

Assobio no lábio húmido assobio
Uma marchinha de origem difusa
E como quem aparafusa enrosco-me
À saudade de um céu sem nuvem

Virá mais uma chuva e outra
Tanta água por cair e a cair
E vou cair e no levantar provável
Vou marchar outra marchinha assobiada

No deserto também chove ó coração
Que não te deixam mirrar
Os olhos de quem falta ó coração
Têm o timbre de sempre mirar

4 Comments:

Blogger Sophie said...

Ás vezes pergunto-me: será que entendem a coragem que é necessária para despir-mos as certezas cómodas do dia a dia e lançarmo-nos dentro de nós mesmos, numa viagem em que não sabemos de onde partimos e muito menos para onde vamos?
Nunca ficarei a saber.
Mas sei que amo cada pessoa que me lê, porque é impossível não amar cada mente que me toca assim.
E é nesse constante ritmo que me entrego e que me descasco para todos aqueles que me lêem, até que um dia ficarei apenas eu e não alguém que moldaram e eu aprendi a rasgar.
Obrigada Paulo.
Um XI :))))

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger paula said...

Às vezes penso como é que é possível possuir-se tanta sensibilidade num mundo, onde cada vez se dá menos valor aos sentimentos. Que bom que isso é uma realidade!
Parabéns pelo que escreves...e como escreves!
Venho cá espreitar e...ficar sempre que posso e que bem que me faz!...

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger paula said...

Este comentário foi removido pelo autor.

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger paula said...

Desculpa o duplicado da mensagem, cliquei duas vezes...tecnologias...

quarta-feira, outubro 03, 2007  

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