Legal
Frente ao mar e a tarde a cair suave sublinhada ao vento rude que me faz tremer. Termina o dia de t-shirt quando eu queria sol na pele e sal na boca. Tenho saudades. Não há ondas, e vinte surfistas aguardam plácidos, como gaivotas cansadas da faina. O sol, com o peso relativo das seis, mesmo assim queima. O mar, mesmo desprovido de agitação, resmunga, e sonha dias de fustigar costas e banhistas. Deve ser da lua, ou da ausência.
Comecei hoje a minha época balnear, que durará, assim queira o clima, até Outubro, naquele dia fatídico em que muda a hora, e um tipo sai do emprego e de repente é de noite, ainda ontem era de dia, ainda um dia me hão-de explicar para que serve este baralhar de horários. Acho que os burocratas, nas suas mesquinhas mentes, sabem que assim incomodam toda a gente ao mesmo tempo, e duas vezes ao ano, e ficam perdidamente felizes. Devem realizar cerimónias, e chamar aos dias, como os americanos o VE e o VJ, só que aqui são os DO e o DP, onde se celebra o domínio da parvoíce sobre a natureza. Delírio de Outono e Demência Primaveril.
Finalmente ergue-se trôpego da espera um surfer, a onda tem vinte e dois centímetros, é um fiasco, mas os outros não riem, ao menos tentou, ao menos quebrou no quebrar daquele pretexto a monotonia do apenas boiar. Eu vou, a Nortada a pentear-me, para a etapa final do dia, no meu alazão vermelho, que come câmaras de ar como os transmontanos chouriço, e seguir sonhando uma praia exactamente igual a esta, mas sem vento e sem hora legal.
Comecei hoje a minha época balnear, que durará, assim queira o clima, até Outubro, naquele dia fatídico em que muda a hora, e um tipo sai do emprego e de repente é de noite, ainda ontem era de dia, ainda um dia me hão-de explicar para que serve este baralhar de horários. Acho que os burocratas, nas suas mesquinhas mentes, sabem que assim incomodam toda a gente ao mesmo tempo, e duas vezes ao ano, e ficam perdidamente felizes. Devem realizar cerimónias, e chamar aos dias, como os americanos o VE e o VJ, só que aqui são os DO e o DP, onde se celebra o domínio da parvoíce sobre a natureza. Delírio de Outono e Demência Primaveril.
Finalmente ergue-se trôpego da espera um surfer, a onda tem vinte e dois centímetros, é um fiasco, mas os outros não riem, ao menos tentou, ao menos quebrou no quebrar daquele pretexto a monotonia do apenas boiar. Eu vou, a Nortada a pentear-me, para a etapa final do dia, no meu alazão vermelho, que come câmaras de ar como os transmontanos chouriço, e seguir sonhando uma praia exactamente igual a esta, mas sem vento e sem hora legal.
3 Comments:
Ainda existem por aí umas quantas prainhas assim. A minha hora é sempre fora de horas. Sinto saudades do sol mas o malandro não quer nada comigo. Trata-me mal sempre que o procuro. Comecei a guardar-lhe distância, à cautela.
Como se fosse uma sentença. Não é justo.
Sim... talvez assim possa explicar a leveza de espírito que levo daqui, de um tanto tão grande que escapa à descrição.
Ao ler-te consigo fugir da realidade destorcida, para ser abraçada pela sinceridade das palavras sentidas.
Sim, talvez tudo e por tudo isto, tenha conseguido uns minutos inigualáveis de refúgio que me tornam um pouco mais quente. Um pouco menos distante.
XI :))
Isso é um pouco
Toukali!
Isso é !
Se tens saúde,
se tens um sítio que chames casa,
se tens emprego,
se tens família
então
és Feliz
e a tua Vida
é o teu
Toukali !
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