quarta-feira, agosto 29, 2007

Dia

Como o dia separado
Dobradas manhãs em desembocadas tardes
Como a noite dividida
Vejo a minha cara ao espelho
A sombra luz de mim

Este meu lado esquerdo
Este meu lado direito
No bailado ambidextro do meu gesto
Seguem o rumo como amanhãs remados
De costas ao futuro

Pendula o movimento
Da batidela cardíaca
Late-se a voz em murmurares escassos
E sigo pela lógica ordeira do número
Mais um dia, e mais um dia

3 Comments:

Blogger Sophie said...

Lia uma páginas num instante. Daquelas que te dizem "lê só esta parte, vá lá, não demora muito; só mesmo esta passagem."Curioso. Muito curioso. É incrível como gosto de mergulhar nessas poucas frases. Deixá-las ecoando em mim? Nem sempre. Ás vezes. Quando os planetas se alinham nesse sentido. Acontecimento raro esse? Não respondo. Tal como prefiro não retorquir ou não tomar sequer a palavra em alguns instantes. Uma opção arriscada, difícil de tomar, difícil de digerir e ainda mais de explicar.
Decisões, conclusões, resoluções. Tantos plurais para tão poucos resultados. E porquê, se afinal todos eles sempre estiveram por aí. Esperando apenas que alguém abrisse definitivamente um pouco mais os olhos para que as visse.Onde sempre estiveram, como sempre estiveram.
Uma dor visceral que nem o mais forte dos vendavais desenraíza. Uma sensação fria e cortante peito acima, que estanca na garganta e aperta, sufocando com maõzinhas de lã sem retirar por completo o ar. Um arrepio constante.Um pequeno martelinho batendo incessantemente em baixo volume, desenovelando a concentração, minando a atenção, destruindo a inteligência.
Tudo e nada.
Só uma (pseudo) sabedoria guardada naquela caixinha misteriosa. Escondida num espaço que nem o tempojá recorda. Em cuja tampa se lê, gravado pelas chamas de outras eras, ser impossível prever o alcance das acções na existência que se vive como nossa, restando apenas agir.

Um XI muito grande.
Obrigada pelas tuas palavras.

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger paulo said...

A melâncolia é um veneno, doce, mas veneno. O antidoto é a alegria, mas não a podemos tomar, só podemos esperar que ela nos tome a nós. Anda pelo sol nos jardins da esperança, e sabe o amanhã melhor. E vive o minuto, depois a hora, soma o dia e recorda pelos anos. E muda, se achares que deves, a ti e depois o mundo e depois deixa que o mundo mede pelos teus olhos. E continua ao sol pela erva verde no assobiar das brisas. Xi grande.

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger ☆Fanny☆ said...

Dia, sucessão de horas, minutos, segundos...muitas vezes imersos na nostalgia do sentir.

Muitas vezes precisamos mergulhar neste oceano de melancolia para perceber onde encontar a alegria de viver.

Há melodias no silêncio e essas... só algumas pessoas conseguem captar. Aprende-se!

Um abraço de estrelinhas*

Fanny

segunda-feira, setembro 03, 2007  

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