Cinza
Cinza, o céu, e desta vez não é de fumo; ouço um Coltrane colheita de 1964, e o saxofone tenor enche-me de notas suaves. Na estranheza entranhada do meu amor novo, nada me saí ao papel, não tenho palavras, mal alinhavo frases. Secou-me, o meu amor novo, e é para ela que me guardo, numa fidelidade arcaica mas assumida. Ai amor dono de mi lengua, viro-me para ti meca todas as vezes do dia.
2 Comments:
Bom dia!
Se é assim que dizes, estando seco de palavras e apagadas, em cinza de céu, que te surgem as frases...
Deixa, não faz mal!
Continua inspirada a elaboração musical das letras que, engalanadas a sax, se desprendem nas teclas e aqui chegam,
assim.
:)
Amor novo sabe sempre a novo. Vejo que o Verão está a arder em todas as frentes!
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