Uns versinhos maus
Dá-me a mão que a quero tua
Faz de mim o que quiseres
Dou-te o sol ou dou-te a lua
Faz-me o livro dos sabores
Cozinha-me enquanto vivo
No teu ventre fogo ardente
Faz de mim o manjar novo
Ou velho caldo somente
Sê tu a Pantagruel
De culinárias bizarras
Mistura malagueta e mel
Nas tuas coxas cerradas
Faz de minha língua seca
Colombo de mundo novo
Pincela-me com o tal ovo
Só te deixarei carcassa
Marabuta esfomeada
Serás tu a minha selva
Em combate por picada
Deixar-te-ei devorada
Tenho uma fome de ti
Maior que a das Etiópias
Chega-te só um pouco aqui
Sê meu jardim de delícias
Dou-te o sol ou dou-te a lua
Para correres neles nua
Que meus olhos também comem
Que minhas mãos também ouvem
Faz de ti novo rosário
Ouvirei a tua prece
Percorrer-te-ei as contas
Com a Fé de quem carece
Dá-me a mão que a quero minha
Apertada à minha palma
Sê tu a lenta Rainha
De que alimentarei a alma
Que tenho fome de ti
Maior do que as do Sudão
Chega-te só um pouco aqui
Vêm saciar-me a paixão
Trás contigo os condimentos
Que a natureza te deu
Não penses em sentimentos
Meu coração é só teu
Canibal serei de ti
E para ti se me quiseres
Vamos matar estas fomes
Com velhos novos saberes
Seremos na refeição
Eu apetite tu gula
Vem devorar-me a alma
Vem depressa qu'ela é tua
Faz de mim o que quiseres
Dou-te o sol ou dou-te a lua
Faz-me o livro dos sabores
Cozinha-me enquanto vivo
No teu ventre fogo ardente
Faz de mim o manjar novo
Ou velho caldo somente
Sê tu a Pantagruel
De culinárias bizarras
Mistura malagueta e mel
Nas tuas coxas cerradas
Faz de minha língua seca
Colombo de mundo novo
Pincela-me com o tal ovo
Só te deixarei carcassa
Marabuta esfomeada
Serás tu a minha selva
Em combate por picada
Deixar-te-ei devorada
Tenho uma fome de ti
Maior que a das Etiópias
Chega-te só um pouco aqui
Sê meu jardim de delícias
Dou-te o sol ou dou-te a lua
Para correres neles nua
Que meus olhos também comem
Que minhas mãos também ouvem
Faz de ti novo rosário
Ouvirei a tua prece
Percorrer-te-ei as contas
Com a Fé de quem carece
Dá-me a mão que a quero minha
Apertada à minha palma
Sê tu a lenta Rainha
De que alimentarei a alma
Que tenho fome de ti
Maior do que as do Sudão
Chega-te só um pouco aqui
Vêm saciar-me a paixão
Trás contigo os condimentos
Que a natureza te deu
Não penses em sentimentos
Meu coração é só teu
Canibal serei de ti
E para ti se me quiseres
Vamos matar estas fomes
Com velhos novos saberes
Seremos na refeição
Eu apetite tu gula
Vem devorar-me a alma
Vem depressa qu'ela é tua
1 Comments:
versinhos maus, diz ele...
"maus" só porque te fazes canibal e caminhas, em companhia, no percurso da gula... tudo pecados-mortais!
:)
porque não disseste Versinhos bons? e escolhias estes, especialmente estes, assim:
"...
Dá-me a mão que a quero minha
...
Vem devorar-me a alma
Vem depressa qu'ela é tua
..."
a Lua, as nuvens, o Sol.
o Mar, à noite, um dia.
e, numa hora qualquer, a mão fica entregue, trocada, para sempre tua.
mas há mais, oh, como há mais!
(só que, agora, escrevo comments pequeninos, vês?! volto é mais vezes! e escrevo pouquinho de cada vez...)
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