quinta-feira, agosto 04, 2005

Dois sonetos

I

Tento no ritmo do verso
Dar sentido a esta vida
Enquadrar o Universo
Em quadrícula repetida

Parece mágica a rima
Dádiva de um Deus Mudo
Ao poeta cai de cima
O Dom de dar voz ao mundo

Mestre da escala ele ordena
Sons, andamentos, as cores
Monta a populosa cena

Em Teatro de amadores
Serve de batuta a pena
Servem de pretexto as dores

II

Peça a peça vai montando
O simulacro de Tudo
Para sempre construindo
Pelo mundo um outro mundo

Tira da realidade o que lhe convém
Maltrata a verdade porque lhe quer bem
Soma-lhe bondade, alegria também
E no fim saudades do que já não vem

Cria um mundo novo a cada palavra
Faz erguer basílicas nas frases que lavra
Cinzel a caneta, o maço a retórica

Os olhos gaivotas de uma ilha mítica
Voam como querem com a asa lírica
São o que desejam e já nada os trava

5 Comments:

Blogger Cadelinha Lésse said...

Por vezes, o silêncio é de ouro. E eu, perante as tuas palavras, calo-me.

quinta-feira, agosto 04, 2005  
Blogger maria said...

Tu, que és um bocadinho viajante do vento, quando menos se espera, Zás... lá sais, forte, a voar!

quinta-feira, agosto 04, 2005  
Blogger paulo said...

Não se diz bem, que envergonham o gajo, ou pior, põe-no convencido, e depois ele não produz mais nada.

sexta-feira, agosto 05, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

Tás outra vez a olhar o dente... e isso não é bom!

sexta-feira, agosto 05, 2005  
Blogger maria said...

nem que tivesse que lhe bater... qual não produz mais nada!!! tsc tsc tsc... olha, esta é uma das "maria" que ainda não conheces: a que é malvada quando a chateiam! (eheheheh)

sexta-feira, agosto 05, 2005  

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