quinta-feira, julho 28, 2005

De um tipo de amor particular que me afecta, ou dos céus de Nova Iorque, ou da Lei e suas aplicações à Alma, ou ainda de pomas muito dedicados

Dos vários tipos de amor gosto do furtivo e incompleto amor que ainda está por se exprimir, dos olhares trocados como moedas velhas de que se tem algum nojo, dos suspiros ináudiveis que se creem trespassar paredes, dos ais e uis do que será o amor de nós; gosto de esperar a primeira palavra, do primeiro olhar de franco desejo, daquela frase do Vanila Skyes pleasure delayer ( perdoa-me Penelope ) do saber que se quer e mutuamente ainda por cima e não fazer nada porque sofrer assim é bom.
Gosto francamente da espera que nos evita os nãos e as responsabilidades dos sins sobertudo, se ela nos ama e não nos diz e se nós a amamos e nada dizemos e os Se todos que servem de alicerce ao futuro do amor de nós.
Por exemplo amo agora uma menina que me perdoe se é senhora que eu francamente não sei, e é assim um ping-pong errático quando nos cruzamos dos tais olhares dos tais suspiros que de invisíveis rebentam como nuvens de trovão; agora se sou amado já não sei e mais uma vez francamente nem quero saber porque é bom sofrer assim, é uma espécie de cócega estes ses todos a rabicharem na alma, mas julgo que sim e se não ela que mo diga que eu não me ofendo.
Assim defendido o amor de nós, devia ter ido para advogado, mas não sou, sou um simples assistente e como tal assisto e não pago nada e sigo assistindo como se não houvesse fim para o espetáculo das delícias dela; assim defendido o amor de nós, devia ter ido para juíz para adiar a causa ad eternun e permanecer este amor de nós por julgar em processo convenientemente arrumadinho e coberto pelo pó dos anos e seriamos felizes para sempre até ao supremo ou amnistiados ou perdoados pelas festas.
Ai este amor por ti menina que agora ficas e daqueles que dói mesmo bem, e olhar para ti é igual a voar baixinho por entre sonhos muito altos e escrever-te poemas cheios de esperanças; ai menina se houvesse eco, ai menina se só ti quisesses, ai menina que não te vi hoje, ai menina se tu já te foste, ai menina onde estás, ai menina como estás, ai menina só.
Amor de nós defendido, e nada saber da parte contrária é contraditório, mas quero lá saber! Na justiça poética o manual não é escrito à mão, o código não segue por estradas, e se eu decido amar sou ditador de cátedra, e Amo! Segue este coração o seu ritmo próprio, e nada nem ninguém lhe dita regras; sou assim se me quiseres menina, e não vale a pena ter pena.
Agora, sem defesas, transformado este amor de nós em amor por ti, nada tenho para te dizer que já não te tenha dito: E se não ouviste, quero lá saber, e se não me viste olhar quero lá saber, e se nunca me viste quero lá saber; seguirei amando este amor de nós até que cesse, ou até outro amor de nós me faça esquecer o nosso.
Terei pena, aí sim, de me esquecer de ti mas ficam os poemas dedicados a que nunca tirarei os títulos, e se esperavas promessas esta é a unica que te faço.
Adeus agora menina, amor de nós e mais uma vez Mozart, clarinete e melancolia, que é tarde e tenho de me ir.

5 Comments:

Blogger Cadelinha Lésse said...

Perante isto, só posso mesmo suspirar um suspiro imaginado. Que bom seria ter um amor defendido assim. Tens todo o meu apoio!

quarta-feira, julho 27, 2005  
Blogger maria said...

O “... amor que ainda está por se exprimir…” ahhhh… também gosto! Oh, como gosto. Assim, exactamente naquele espaço de eternidade em que tudo é perfeito!
mas já não gosto tanto de nunca saber o que se quer… este meu “nunca saber” retira-lhe toda a magia daquele que contas ser o “sofrer assim é bom”…
e depois aparecem “os Se” das fundações do amor… ou, para alguns, só os Se, que em lugar de fundações são fundições de receios tolos, de medos idiotas, de fugas em frente, de curvas por experimentar, de caminhos por percorrer…
oh…
“não sei… nem quero saber…” ai que inveja esta, que me deixa sempre neste Não Sei e de que, às vezes, tanto quereria saber… mas que me prende e me abafa, não me deixa dizer.
“sou um simples assistente…” também eu, simples assistente, no trabalho de todos os dias, e dos amores que não me atrevo… sim, daqueles que podiam, pelo menos (ou no melhor de si) ser “perdoados pelas festas” aos 50 anos? Ou mais? São de platina, as seguintes, não é? Já não irei nunca a tempo, o tempo correu p’ra longe de mim… talvez algodão… se algum dia alguém em mim se atrevesse e eu também fosse… finalmente crendo, acreditando…

Oh…
E olha, das ideias mais brancas de rosa que algum dia li: “olhar para ti é igual a voar baixinho por entre sonhos muito altos…” ai, caramba! Tens escrito escritos que me deixam sem palavras, linhas destas… até as imagens me levam, reféns das asas!
“menina que não te vi hoje… menina só.” Mas deixaste-me, a mim, espreitar o título!! Aha! Malandricezinha boa, dares a provar o apetite e nem deixar tocar o embalo da letra…

Uhm…
E que força é essa, imensa, que deixa os amantes dizerem-se deste jeito “se eu decido amar sou ditador de cátedra, e Amo!…” algum dia chegará, a esta minha forma branda de vida, que me faça despertar alento deste e impulso assim? Mas mais, tanto mais, tão melhor, como se esta forma de “ficar preso” fosse a bravura enorme de se ser mais livre: “… nada nem ninguém lhe dita regras…”

Oh… mas porque serei eu sempre assim… “Terei pena… de me esquecer de ti…” desse alguém para lá dos dias, das noites, dos sonhos e das palavras nunca escritas, nunca mais que (pre)sentidas… de quem não me lembro, de quem não sei, de quem nunca mais que o brilho (intuído) vi…

e…
“… se esperavas promessas…” pois é… juras eternas e coisinhas perecíveis, dos dias, dos instantes passados logo que imediatamente a seguir ao júbilo… volto à volta do começo e faço a viagem de retorno, a partir de ti:

ao “amor que ainda está por se exprimir” porque por ele e nele assim sofrer é bom.
“os Se” e os “não sei” “nem quero saber”, nós que somos, simples assistente(s), perdoados (um dia) pelas festas… por termos gasto as horas e recheado os desejos de suspiros enquanto olhar teria sido, “igual a voar baixinho por entre sonhos muito altos”… ai devaneio que não te vi hoje, ai quimera só… porque se eu decido amar sou ditadora de cátedra, e Amo!

… serei eu capaz, um dia?
:)

quinta-feira, julho 28, 2005  
Blogger paulo said...

Cadelinha: este era o meu amor de Fevereiro; arrumei-o depois; sobraram-me 12 versos, que eu depois te mando; de qualquer maneira obrigado. Maria: com comentários do tamanho do post, só te posso dizer que me gosto comentado por ti.

quinta-feira, julho 28, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

12 versos... isso deve dar um por mês, não?

quinta-feira, julho 28, 2005  
Blogger paulo said...

É mais ao menos; às vezes há daqueles que duram mais, outros menos, outros duram intermitentes entre saudades e fomes; é amor; é suposto arder e não se ver.

sexta-feira, julho 29, 2005  

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