quinta-feira, julho 21, 2005

Depois de ti

Vi teus olhos pretos fitando, imóveis
As ondas do mar
E vi nesses olhos desejo de sê-las

Vi em teus braços o vazio
E o abraço que apertado lhe deste

E vi-me impotente marinheiro
Incapaz de dominar as tuas vagas
E vi-me de quilha quebrada
Incapaz de encontrar um rumo em ti

3 Comments:

Blogger maria said...

Vais fazer-me repetir vezes sem conta... não sei escrever de jeito a parecer-me com sentido a partir de ti... vês? reparaste? esta frase saiu-me toda conturbada nas palavras que a ela se colaram e nas letras todas agarradinhas que às palavras deram lugar.

Queria conseguir seguir-te o embalo, o balanço, a brisa …
Não, não queria dominar vaga alguma…
não quero tornar calma qualquer maré que se agite.

queria apenas ler nos olhos como sabes fazer,
sentir, nos braços vazios, os abraços que algures consegues reconhecer,

mas eis-me aqui quieta. Calada.
à espera.

quarta-feira, julho 20, 2005  
Blogger paulo said...

Olha, há danças que vivem das dissonâncias, há ecos mais pujantes que o som que os criou;
há mais, muito mais, do que o eu e o tu. Na maralha das palavras, cruzamos, sem entender, som e sentido. O mar, esse é simples; e é simples a alma marinheira: quer voltar. Sê simplesmente barco, e se quiseres navegar estas costas, és livre; e ágil.

quinta-feira, julho 21, 2005  
Blogger maria said...

escuta, hoje que ando a espraiar-me nas palavras do Mia...
"Lançamos o barco, sonhamos a viagem:
quem viaja é sempre o mar."

(desta vez, in Mar me quer)

:)

quinta-feira, julho 21, 2005  

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