sexta-feira, julho 22, 2005

Hors de Série ( a S )

Onde deixei Amor a vontade de Teus olhos
Traduzida
Onde ficou escondida a carta d'essas estrelas?

Já não sei ler, eu que nunca soube falar
Cego mudo à sensação de Ti

Ver ainda vejo
Mas meus olhos são ferramenta romba, inútil

Palavras ainda as digo, mas tão baixo
Que mal afloram esta garganta seca de sedes de Ti

Queria escrever as Enormes Letras de Amor
Nos panos de Teus vestidos
Queria gritar paixão em Teus ouvidos

Mas fico passageiro d'outra barca
Rumando meus infernos pessoais
Mas fico sinaleiro sem sinais
Lamentando quieto a vista fraca

Ouve Tu
Agora
Sê Tu vista

E se quiseres peça este monólogo cego
Encena-a Tu

Eu estou além naquela praia olhando o Azul
Esperando por Ti

Sê meu Sul

4 Comments:

Blogger Cadelinha Lésse said...

"Não chores por as coisas terem terminado. Sorri porque elas existiram", Luiz E. Boudakian

quinta-feira, julho 21, 2005  
Blogger maria said...

Apetece-me fugir. Nunca te aconteceu?
Ah, não. A ti não. Tu não foges. Pelo menos... não foges… ficas.

… oh sim, fico! Só foge quem ainda tem alma, quem acaba por tentar encontrar-se. Por isso foge. Por que vai em busca. Sai à procura de si. Eu não.
Na verdade, eu já não.
Não tenho nada que me faça sair em voo disparado, à mercê da vontade do vento. Deixo-me, há tanto, ficar na deriva. Ao sabor das ondas. Ausente.
Sei apenas que não sou nada em mim e não tenho nada para além do que sou.
Resta-me a ausência. Fico-me pelo vazio, de que sempre fugi. Que sempre temi.

De onde vem “o nada”?
Onde cabe o “coisa nenhuma”?
De onde surgiu a primeira partícula? Onde cabia? Como se escondia?

quinta-feira, julho 21, 2005  
Blogger paulo said...

Cadelinha: eu tenho o defeito de chorar e sorrir ao mesmo tempo, mas só passar ao papel os choros.

Maria: eu fujo todos os dias, todas as horas; só fujo é do que é mau e me desagrada. Tu tens o mundo se o quiseres, foi-te oferecido mal nasceste; não podes fugir dele. Canetinha d'ouro e fotógrafa emérita: 2 qualidades que todos os dias espalhas por aqui.
Parece-me que reza assim o Pessoa: Eu não sou nada; eu nunca serei nada; fora isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Aplica-te a sonhar, rouba beijos a amores novos, e se não encontrares nenhum, procura outra vez. bj.

sexta-feira, julho 22, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

E isso é defeito? O defeito, a haver, é não nos dares o teu sorriso. Vá lá, estamos à espera! Auuuuuuuuuu

sexta-feira, julho 22, 2005  

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