sexta-feira, julho 29, 2005

Na ponte

Na ponte que a ti leva
Há portagens a pagar
Limites de carga
Velocidade a respeitar

Sei-te margem
Alheia, mas margem
Sei-me vontade de ir
Falta-me talvez coragem

Fico aqui quieto
Mirando o turbulento rio
Despindo lentamente de mim
O que não quero carregar

Hei-de atravessar a ponte
Espero bem que ainda lá estejas
Moedas para Caronte
Tilintam na minha mão

Vou Camões em mar vermelho
Agarrado ao manuscrito
Atravessar estas águas
Levando-te o nunca dito

Só não sei se à chegada
Se abrirá minha boca
Se haverá palavra dada
Ou desculpas em voz rouca

4 Comments:

Blogger Cadelinha Lésse said...

Este é do mês de Julho?

sexta-feira, julho 29, 2005  
Blogger maria said...

Este pode ser de um qualquer mês... quer parecer!
Isto dos silêncios e das palavras caladas, das que se calam e das que se nem imaginam... num qualquer mês!

Olha, mas há a telepatia! pelo menos, a telepatia dos gatos, como o Mooch! não que resulte muito bem lá com a Millie dele... mas pode sempre tentar aprender-se a dos cães, e fazer como o Earl, olha lá se o Ozzie dele não "topa" bem tudo que diz?! ai, Jesus, o que me ensinas tu! ;) vês, afinal, quem criou "o monstro"?!

domingo, julho 31, 2005  
Blogger paulo said...

Este é fresquinho, tiradinho do forno, e eu vi mesmo o rio, a ponte, tudo; depois passou-me.

segunda-feira, agosto 01, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

Incha, desincha e passa. Por vezes, é bom que assim seja. Outras, enfim... parece que sem isso ficamos sem nada!

segunda-feira, agosto 01, 2005  

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