Homem Nau em Própria Cuna
Pela cabeça tratado
Como de cãibra ou ferida
Cuidadoso, medicado
Sigo indo pela vida
Doente de minha mais alta
Parte, orgulho magoado
Não, a mim não me faz falta
O esquecido e o perdido
Agora é grito que lanço
Como pedra a cão vadio
Já, hoje, sem balanço
Salto sem mirar vazio
Deixo p’ra trás o talvez
Curvo a recta, invento a vez
De ser eu em próprio espaço
De ser eu o meu abraço
Solto enfim do cais errante
Navego no meu destino
Tradição, o qu’era ante
Mim perdi, e está perdido
Vou enfim voo
A asa da gaivota nómada
Sem ter terra nem ilhota
Voo por fim vou
Mais, só quero luz e ar
Mais, só navegar
A jangada imaterial
O vazio temporal
Zero afinal é nada
E do zero não parti
Anda, anda, onda amada
De ti eu nunca fugi
Do algarismo ao número
Vou fundar nova colónia
Enche-la com mi memória
Prenche-la com meu húmus
Estou farto da lição técnica
Que a experiência me ensinou
Vou apalpar os futuros
Com mão de quem nunca amou
Basta, basta, basta
Findou o antigo eu
De tudo o que dele resta
Vou construir o que é meu
Tornear-me-ei tronco virgem
Em volutas de mão minha
Serei a táctica selvagem
De ser arma e ser rainha
Vou, irei, serei
Só não sei se amarei
Amarei em costa nova
Criada de minha Lei
É esta a palavra
Escrita como é próprio e bom:
Sou ser serei
E serei em próprio tom!
Outros, a entrada lhes é negada
Abram eles suas portas
Entre este zero e este nada
Vivo Eu com minhas Notas
Pautado este papel
Ele é minha sinfonia
Sem maestro nem orquestra
Sem procurar sintonia
Sou ser serei
Só
Até um dia ser
Pó
Escala aberta como todas
Nego a mim o equilíbrio
Alma minha não perdoas
Pois nada te é devido
Não sou do nada partido
Sou inteiro e inda justo
Devo a mim o tempo ido
Não em preço mas em custo
Serei eu de mim batido
Templo de minha fé una
Ninguém mais esta convidado
Homem Nau em própria Cuna
Como de cãibra ou ferida
Cuidadoso, medicado
Sigo indo pela vida
Doente de minha mais alta
Parte, orgulho magoado
Não, a mim não me faz falta
O esquecido e o perdido
Agora é grito que lanço
Como pedra a cão vadio
Já, hoje, sem balanço
Salto sem mirar vazio
Deixo p’ra trás o talvez
Curvo a recta, invento a vez
De ser eu em próprio espaço
De ser eu o meu abraço
Solto enfim do cais errante
Navego no meu destino
Tradição, o qu’era ante
Mim perdi, e está perdido
Vou enfim voo
A asa da gaivota nómada
Sem ter terra nem ilhota
Voo por fim vou
Mais, só quero luz e ar
Mais, só navegar
A jangada imaterial
O vazio temporal
Zero afinal é nada
E do zero não parti
Anda, anda, onda amada
De ti eu nunca fugi
Do algarismo ao número
Vou fundar nova colónia
Enche-la com mi memória
Prenche-la com meu húmus
Estou farto da lição técnica
Que a experiência me ensinou
Vou apalpar os futuros
Com mão de quem nunca amou
Basta, basta, basta
Findou o antigo eu
De tudo o que dele resta
Vou construir o que é meu
Tornear-me-ei tronco virgem
Em volutas de mão minha
Serei a táctica selvagem
De ser arma e ser rainha
Vou, irei, serei
Só não sei se amarei
Amarei em costa nova
Criada de minha Lei
É esta a palavra
Escrita como é próprio e bom:
Sou ser serei
E serei em próprio tom!
Outros, a entrada lhes é negada
Abram eles suas portas
Entre este zero e este nada
Vivo Eu com minhas Notas
Pautado este papel
Ele é minha sinfonia
Sem maestro nem orquestra
Sem procurar sintonia
Sou ser serei
Só
Até um dia ser
Pó
Escala aberta como todas
Nego a mim o equilíbrio
Alma minha não perdoas
Pois nada te é devido
Não sou do nada partido
Sou inteiro e inda justo
Devo a mim o tempo ido
Não em preço mas em custo
Serei eu de mim batido
Templo de minha fé una
Ninguém mais esta convidado
Homem Nau em própria Cuna
9 Comments:
... e o cão vadio é que paga as favas.
Pois fica sabendo que é o cão vadio que encontra o velho osso. Alguém o disse e eu acredito.
É um cão metafórico. Sem raiva, sem pelo, sem nada, só uma imagem de um medo reprimido e repelido. Não te ofendas, são versos. disculpa...
Um cão como eu, então! (não peças desculpa)
Ir pela vida com cuidado...
(que falta pode fazer o que já se esqueceu?)
Saltar sem cair no vazio, uhm... sabe bem!
e se me deixasses a mim ser o teu abraço?
Navegar no próprio destino e orientar-lhe as velas...
para voar, por fim,
ah!... só se faz ao ar quem percebe chegada a hora de fazê-lo!
mas... afinal ...
queres Ser sozinho?
*
- hoje baralhaste-me - ou estou a ler-te intermitente e, por isso, perco-me nas linhas ou caio de uma palavra a baixo, estatelada no chão da releitura de ti -
20 horas... talvez uns instantes menos.
Talvez o tempo corra
talvez a noite se espraie, lenta
talvez a minha alma voe...
e chegue, desperta, mais longe.
e Encontre Norte!
xi
A baralhação vem da idade. Este é um poema da minha fase A.M. Xi aussi.
encontrar norte... mesmo com bússula teimosa, é possível encontrar O sentido. é, não é?
mas repara, qual baralhação de idade apenas... aqui viajarias por mar, eu só sei chegar-te de carro e digo, naquelas linhas, que talvez a minh'alma voe... ufff baralhada nisto ando eu! que ponho ao barulho tanto meio de transporte!
faltou-me o das carruagens,
o mais poético de qualquer deles...
numa composição feita a 8 "passos" e em trânsito decrescente!
novo xi * (assim é xi-estrelado)
Viste?
o desvario está lançado: escrevi Bússola com dois us...
**
(nota da redacção: lá nos lobos à luz da lua, não nos deixam ser ave-de-rapina... fiquei chateada!)
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