A uma exigente
Caído na asneira de lhe dizer que não escrevo feliz, invectivou-me, abanando fúria separações iminentes, um texto novo, um texto já. Toda a minha vida fui movido a lágrimas, a felicidade é para usufruir, não para descrever. Tenho medo de esgotar sentimentos verbalizando-os, falar de quê, se só o amor me domina, e falar de amor é blasé, o importante é fazê-lo, torná-lo maior, não dependurá-lo num edifício vácuo de palavras, não vãs, mas desnecessárias.
Bem, é suposto dar prendas às caras metades, e fazendo, pelos cálculos distorcidos da menina um mês de romance lá para domingo, vou, com o risco da redundância, da vacuidade, oferecer-lhe uns versos fresquinhos, e aproveitar para lhe dizer: vales a pena!
Bem, é suposto dar prendas às caras metades, e fazendo, pelos cálculos distorcidos da menina um mês de romance lá para domingo, vou, com o risco da redundância, da vacuidade, oferecer-lhe uns versos fresquinhos, e aproveitar para lhe dizer: vales a pena!
Habituado a ver minha vida planície vasta
Num abraço intenso banhado em sons d’África
A minha solidão acordou bruta e disse basta
Montes queria a minha solidão, coisa pouca
Um beijo, dois, e surge repentino o nó que ata
E dois corpos agarrados em música louca
Viram a vertigem doce que a saudade mata
E da boca a palavra amor surgiu algo rouca
Agora na distância relativa de um pouco mais de tempo
Cuido deste amor com desvelos, planta frágil
Tento no vagar dos dias erguer-lhe altar ou templo
Nada é demais para ti, amor da palavra ágil
Param-me é as mãos, como faltando espaço
Nesta minha vida para tanto abraço
7 Comments:
:)
Há expressões que, ainda que ao nascer não se saiba bem a força que acabam por ter, valem por muitas palavras… e, oh, como eu gosto de palavras…
Há também umas ideias, que ditas de certo modo, podem perder colorido… nunca é assim, quando te enrolas nas letras e crias cantigas!
Há hábitos que nos enformam os dias e que, porque a inércia deve ser das forças mais devastadoras da criatura humana, nos prendem os passos… ora, não foi assim, aqui!
Há abraços que apertam mais dentro da alma que os dois braços à volta do peito.
Há solidões que se desmoronam, ainda que a distância teime. Quando, dizem basta!
Há, a dado instante, o beijo. Talvez a música, quem sabe, vertigem…
Há luz, há lua, há mar e desejo. Importa dar-lhe brilho, ondulá-lo forte, dar-lhe abrigo…
Há amor. E a palavra não se gasta.
Há esperas… e a minha fez todo o sentido!
És!
Há expressões de vida, como aquela, desta partida:
Quero-te. Muito. Nunca demais.
So para dizer
Ola!
Descubri o teu blogue atraves de um outro. E GOSTO. Vou tornar-me assidua.
Tambem eu tenho vinte anos de Coimbra nas veias...
Abracicos
É sempre muito doce encontrar um blog de boa poesia...
Disseste - e bem -, muito bem. Nem demais, nem de menos. Disseste o que há pra ser dito. Um abraço fraterno.
Magnifico post...Adorei mesmo!
Uma boa semana
Beijokas
Hoje é domingo... Domingo de um mês de romance! Parabéns aos dois!!!
...esperemos que a exigência se mantenha passados dois meses...e que tu gostes e o aches um desafio...quanto aos versos estão soberbos...um abraço...
Enviar um comentário
<< Home