quinta-feira, agosto 25, 2005

Na pausa que divide o passo
No intervalo ínfimo que separa os átomos
No instante imperceptível que rompe os instantes
No momento impossível que separa o raio e eu vê-lo

Estás tu

Nos interstícios, nas fissuras, nas pausas
Estás sempre tu

És a união de todas as dimensões
O fulcro de todas as alavancas
O centro de todos os círculos
O fim de todos os meios
A razão de todos os argumentos

És

Sem adjectivos nem conclusões
Apenas És

9 Comments:

Blogger Chico Muniz said...

Falas de Deus e a falar de Deus exprimes - exprimimos a fé. A fé sobremaneira fala do Bem, do ideal como algo superior e não necessariamente a figura teológica (ou mesmo teleológica) de Deus. Allan Kardec, o maior filósofo que o mundo deu-se a conhecer - e ainda não o reconhece como tal -, proclamou a fé raciocinada, em contraposição à fé cega dos religiosos, digamos, profissionais, afirmando que fé sólida só o é a que encara a razão face a face, em qualquer época da humanidade. Isto posto, louvo tua poesia, que engradece o Deus que há em ti mesmo e não, penso, o Deus criado pelas religiões. Porque o Deus que vibra em ti é, Ele sim, o Deus que te criou alma imortal, tanto quanto a nós todos que perambulamos sobre a face do mundo.
Muita paz a ti e aos teus.

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger paulo said...

Também para ti e para os teus. Visitar-te-ei.

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger maria said...

:)
Sem conclusões e com uma impressão colada à leitura,
Estás a escrever diferente.

e eu, Gosto mais!
(sabes, como quando a Rita, um dia, disse que lhe era pouco fácil perceber? pois agora creio que Ela ia chegar aqui e contar que percebia bem... porque falo da Rita?) sou um bocadito adolescente na forma de ir ao fundo das palavras... sabes que sou.
As palavras que transportam sentidos (sim, esses sentidos, dos sentimentos, dos afectos, do querer, do desejo) são-me difíceis se não as vir transparentes.
Estas, d'hoje, foram-me directas à alma. Tanto que me apetece dizer-te em jeito simples, tão simples que duas letras aprendidas em ti são as ideais:

És

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger paulo said...

És tu também

És

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

És tu, fogo, este fogo omnipresente que está fora e dentro?

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger paulo said...

Somos seres de fogo, todos. Temos todos a fogueirinha interna, que por vezes arde mansamente, outras irrompe em chama incontrolável, que nos extravasa, que contagia o que nos rodeia. Eu tento manter a minha no médio. Às vezes não dá. Xi.

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

:-)

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger batista filho said...

Paulo, teu sítio é acolhedor, faz-nos sentir em casa, na nossa própria casa. Gostei do que vi/li.
Com relação ao poema "Fé", onde expões o teu pensamento à respeito, faze com mestria e sensibilidade. Parabéns.
"Sem adjectivos nem conclusões
Apenas És"... só lembraria que em diversas culturas poderíamos dizer simplesmente "Amor".
Deixo-te um abraço fraterno.

PS. O teu comentário chegou! Mas, caso encontres dificuldade em comentar, e se apetecer, podes utilizar o email que está abaixo da foto/desenho no meu/nosso blog.

quinta-feira, agosto 25, 2005  
Blogger mfc said...

Poema de amor dedicado, dirigido, com endereço certo.
Lindamente escrito.

sexta-feira, agosto 26, 2005  

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