sexta-feira, agosto 19, 2005

Divertimento em Dó de Mim

Tenho de aqui pôr letras
Pela saúde da Estética
Escrever assim umas tretas
Alargar um pouco a Ética

Não gosto do verso a metro
Mas volta e meia sabe bem
Nada pensar de Concreto
Rimar também com também

Empilhar rimas sem tino
Só para apurar a técnica
Poetar só por instinto
Por mera pose atlética

Mostrando o músculo do verso
Deixar p’ra depois la mente
Ser como as contas do terço
Que nada são sem o crente

Construir só a fachada
Com artifícios barrocos
P’ra depois fica adiada
A literatura dos mitos

Que se lixe o conteúdo
Também já está tudo dito
Para a história já não fico
Não nasci para Eleito

Nasci para empilhar rimas
Aleixo do verso coxo
Rimas que rimem com rimas
Coxo que rima com coxo

5 Comments:

Blogger Cadelinha Lésse said...

Rima que rima com rima...

sexta-feira, agosto 19, 2005  
Blogger maria said...

desculpa contrariar ali um bocadinho:
Estás na história!
na minha história já ficas!
é verdade que importa pouco, mas é a minha, e a mim conta. a presença que de ti sinto!


ok ok... eu calo-me já!
Gostei deste "treino", desta ginástica de ritmo solto.
É bom ler-te leve...
"Nada pensar de Concreto
Rimar também com também"

e ser como as contas do tempo, não? essas são amigas e, ainda que pareçam demoradas: Vão!
Voltam no vento.
e chegam breves...
xi*

sexta-feira, agosto 19, 2005  
Blogger paulo said...

Ó minha, é do terço, não do tempo. De resto está bem, as always. Ficava também bem com tempo. Cadelinha, rimas como ladras, com ritmo, estilo e emoção contida. Um dia faço-te um soneto cãotado. Xis.

sexta-feira, agosto 19, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

:)

Xisssssssssss

sexta-feira, agosto 19, 2005  
Blogger paulo said...

Já fiz. Saiu mauzinho. Um dia faço mais. Xi. Até terça.

sexta-feira, agosto 19, 2005  

Enviar um comentário

<< Home