sábado, março 11, 2006

Caster by Night

Vai o riozinho silencioso e negro descendo à Ria
Murmurando palavras tão baixas
Palavras para peixes
Eu, que vivo na sombra de Sto. António
Engraço com estes sermões

É certo que no leito esconso
Há mais detergente que água
Mas isso a esta hora não se vê, nem cheira, felizmente

Não há peixes, é certo, não vê razão nisso o riozinho
Para seguir mudo
Forças do habito de descer em corrente e ter com quem falar
Forças nascentes correntes; desaguar

Riozinho, meu riozinho
Desaguas ainda
Roubaram-te os patos com medo da gripe
( Será que quem os tirou de ti
se constipou na água fria?)

Sermões a peixes que não há, memórias de patos
Riozinho, meu riozinho
Nem a represa te vale
Vale-te o vale que te leva
Desaguar