quarta-feira, abril 19, 2006

Garganta Árida

Tenho dias de ter sede do passado
Como quando ando muito ao sol
Tenho essa sede

É material
Reside no céu da boca, na língua
Na garganta seca
Tusso a poeira do passado
Em latidos breves

Como prece engolida
A esperança esquecida
Volta em faltas líquidas
Em dias de sol
Em instantes repetidos
De tantos instantes perdidos

A minha memória relicário
Guarda pele ossos e dentes
O ouvido maníaco
Lembra as vozes as máquinas os bichos
Colecciona o som arcaico

Não o pode repetir a corda vocal sahariana
Os olhos simplesmente não andam para traz
Abro e fecho mãos
Sei aqui partículas de lá
E essas permanecem no meu tacto místico

E sempre a sensação de sede
A garganta árida
O passado ido
A recuperação mítica

Dias de sede
E vontade mais do que beber
Sorver a sede
E saciar-me nela

7 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

e eu?!


tantA...........tanta.............

de------------------ti!


bjos.

quarta-feira, abril 19, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira said...

Paulo.....)



tacteias o lado....muito bem :)


e como tu dirias....xi.

quinta-feira, abril 20, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira said...

um beijo. discreto. não árido. terno.

sexta-feira, abril 21, 2006  
Blogger Mãe said...

Já tinha sede deste sítio...

sexta-feira, abril 21, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira said...

vim aqui. de novo. beber-te!!!!!!!!

beijo Paulo.

sábado, abril 22, 2006  
Blogger hfm said...

Mas não há sede de poesia pois ela está aqui.

sábado, abril 22, 2006  
Blogger maresia said...

eu não tenho sede do passado, mas já uma vez escrevi que há certas coisas qe gostaria de poder escrever centenas de vezes como se fosse sempre a primeira vez.

segunda-feira, abril 24, 2006  

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