quinta-feira, abril 06, 2006

Abril

Um Abril de águas mil entrou em correntezas; e eu, numa segunda-feira de calor ainda anormal desapareci sob o peso de uma mágoa estranha, como se alguém me tivesse ofendido e eu não tivesse ouvido bem, mas o som, mais que o teor, me moesse, me picasse, me transformasse em amorfa criatura, só com desejos de casa e janelas trancadas. Espaireci, comme d’habitude; estes moods de mi alma são como carrossel, quando estamos no melhor da volta param, e é tempo de descer e entregar mais uma ficha. Não me dá a minha natureza tempo de me habituar a mim mesmo. Homem de voltinhas, hoje aqui assim, amanhã ali assado, monótona vida que me não fixa sequer o temperamento. Do céu de um cinzento muito claro caí uma chuva miudinha e continua, a que o vento vai variando o grau de inclinação; eu, eu vou esperando que algo não mude.

2 Comments:

Blogger Mãe said...

Pois é. Como eu te entendo (desta vez).
Resta-nos o consolo de sabermos que apenas das mudanças bruscas (de tonalidade e temperamento do céu resulta o arco-írís.

sexta-feira, abril 07, 2006  
Blogger Mãe said...

Voltei a passar porque também eu vou fugir por uns dias e por isso desejo desde já Boa Páscoa e Boas Férias se for caso disso!!

Bj

domingo, abril 09, 2006  

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