quinta-feira, março 30, 2006

Tabacaria, Adriana e Parker

Sei das voltas do mundo que são pequenas; sei-me estreito. Ao estender o braço, muro. Nos pés chão escasso. Por cima azul, vasto, mas inacessível. Faço crescer as minhas plantas ao céu, raízes perfurando o solo. E olho os pássaros, bebo asas. Pequenas formas de anarquia. Projecto a voz e não recebendo eco, sei-a a pousar distâncias que os olhos não galgam. Penso, penso muito. Elaboro no meu âmago complicadas tramas, que às vezes me ocupam horas, algumas dias, em capítulos de novela amanhã há mais. E volto a pensar; escrevo uns versos ( escrevo uns versos, depois rasgo, cantava Adriana ) não os rasgo. Nunca rasgo versos, a não ser que já os tenha copiados; tenho muitos versos; não muitos bons; aposto, definitivamente, na quantidade. E escrevo estes versos para provar que sou sublime ( Tabacaria ). Ouvindo Parker a solar, foge-me a escrita para o improviso jazistico. Mil perdões. Sei que o meio requer concisão. Fim.

6 Comments:

Blogger banalidadesdebase said...

Quantidade brinda-nos com qualidade, no pensar e que esta o ganho, nao rasgues, recicla, com Parker em fundo ainda melhor!
um abraco mais que banal!

quinta-feira, março 30, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira said...

e eu acredito mais em quem acredita em musas.....






xi.

sexta-feira, março 31, 2006  
Blogger hfm said...

"Sei que o meio requer concisão." Belíssimo!

sexta-feira, março 31, 2006  
Blogger isabel said...

Bem, com Parker a acompanhar, tudo de bom se pode esperar. Até rimou!!!

Beijinhos

sexta-feira, março 31, 2006  
Blogger Mãe said...

Muro? Azul inacessível? Mas eu já te vi lá... quase diria que já lá cheguei pelas tuas mãos...

sexta-feira, março 31, 2006  
Blogger Sílvio Mendes said...

extraordinário equilíbrio da palavra.
levitação?

sábado, abril 01, 2006  

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