Tabacaria, Adriana e Parker
Sei das voltas do mundo que são pequenas; sei-me estreito. Ao estender o braço, muro. Nos pés chão escasso. Por cima azul, vasto, mas inacessível. Faço crescer as minhas plantas ao céu, raízes perfurando o solo. E olho os pássaros, bebo asas. Pequenas formas de anarquia. Projecto a voz e não recebendo eco, sei-a a pousar distâncias que os olhos não galgam. Penso, penso muito. Elaboro no meu âmago complicadas tramas, que às vezes me ocupam horas, algumas dias, em capítulos de novela amanhã há mais. E volto a pensar; escrevo uns versos ( escrevo uns versos, depois rasgo, cantava Adriana ) não os rasgo. Nunca rasgo versos, a não ser que já os tenha copiados; tenho muitos versos; não muitos bons; aposto, definitivamente, na quantidade. E escrevo estes versos para provar que sou sublime ( Tabacaria ). Ouvindo Parker a solar, foge-me a escrita para o improviso jazistico. Mil perdões. Sei que o meio requer concisão. Fim.
6 Comments:
Quantidade brinda-nos com qualidade, no pensar e que esta o ganho, nao rasgues, recicla, com Parker em fundo ainda melhor!
um abraco mais que banal!
e eu acredito mais em quem acredita em musas.....
xi.
"Sei que o meio requer concisão." Belíssimo!
Bem, com Parker a acompanhar, tudo de bom se pode esperar. Até rimou!!!
Beijinhos
Muro? Azul inacessível? Mas eu já te vi lá... quase diria que já lá cheguei pelas tuas mãos...
extraordinário equilíbrio da palavra.
levitação?
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