quinta-feira, maio 25, 2006

0 - 1

Na tonalidade rosa de um poente adiado
Quando um sol câmara lenta se esconde a custo
Corro o Porto costumeiro com a costumeira sensação de novo
A bela cidade condensada na Ribeira
As curvas do rio até à Arrábida
Entrei de metro na cidade pela primeira vez
Do cimo da D. Luís não se perde um centímetro

Este eléctrico desejo que trespassa em rectas a urbe sinuosa
E cais com lodo e a streat car named desire
E o riso que me veio uma vez na Brasileira
Quando vi subir desengonçado um outro eléctrico que prometia Prazeres
E a bica e o cigarro e o tal carro fúnebre
( Na companhia do desgraçado do Pessoa que não merecia aquela estátua )
Disseram-me que um dia andaria nele uma derradeira vez

São assim as públicas histórias de transportes públicos
Em cidades adversas em sentidos distintos
Que os rios explicam
Um amplo como abraço ao mundo
Outro estreitando-se como quem recusa o mar, partir
Que os metros explicam
Um enterrado como sonho mau
Outro entremeado de luz e cova

Olha, a selecção perdeu
E eu nem sequer sofri

2 Comments:

Blogger alice said...

estiveste no porto e não disseste nada?





(eu gostava de te conhecer...)

alice

sexta-feira, maio 26, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira said...

eu tb. não.....jogaram abaixo de mal.....:(.



beijo a rolar. melhor....:)

sábado, maio 27, 2006  

Enviar um comentário

<< Home