segunda-feira, outubro 24, 2005

Chuva

Certa como um relógio Suíço
( sem cucus que esses abrigaram-se )
Cai chuva obliqua, em diagonais
Minha janela, metade cinza metade telhas

Nesta maré tanto aguardada
Não é triste este ano a aguada
Charcos no chão, até goteiras
Saciam as gargantas, a vista

Amei sempre a chuva ao longe
Fugi-lhe como a embaraço
Sabia-me bem só na cama
A cantar pesada nos beirais

Agora, um ano renitente
Voltou certa como marcha militar
Obliqua e doce, como uma prenda adiada
E tenho vontades de correr entre ela

Tempo de pensar aqui
No que as saudades pesam nos amores
Imersas forças que a distância
Parece não ter peso nem valores

Tempo de pensar sem lágrima
No vazio em que acorda minha cama
Na diária e constante chama
De pensar em ti no cantar da chuva

6 Comments:

Blogger mfc said...

O cantar da chuva sempre foi embalador... e elea este ano e´bem precisa!

segunda-feira, outubro 24, 2005  
Blogger maria said...

Vontade de correr entre os fios
fugir, por entre eles, molhados até aos ossos...
para lá da superfície (suave) da pele, prosseguir
encharcados de mãos que percorrem mais fundo que o macio da alma
"...Tempo de pensar aqui (também)
No que as saudades pesam nos amores..."
sem sono que durma
sem acordar que desperte
apenas esperar que a longa, demasiado longa semana
se esfume... e (me) "desatordoe"!

terça-feira, outubro 25, 2005  
Blogger maria said...

:)
Vício bom, ouvir a chuva, lá fora, enquanto se aprecia o quente por debaixo de lençois...

:) e, chuva oblíqua é lembrança preciosa!

terça-feira, outubro 25, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

Ó menina, debaixo dos lençóis? Chuva é para aproveitar e tomar banho, ou não ouviu dizer que há crise no céu e as nuvens não têm trabalhado?

:)))))))

terça-feira, outubro 25, 2005  
Blogger maria said...

Lésse, também gosto da chuva na cara mas, aqui no Mais Tempo, apeteceu-me o tempo de melhor qualidade e mais tranquilidade quentinha que pode ser experimentada com quem de direito... foi isso! :)

quarta-feira, outubro 26, 2005  
Blogger Rita said...

oh.. saudades de andar à chuva. para não conseguir parar de espirrar, tempos depois. :)
e pés nas poças. e cabelos molhados. e sorrisos, ainda assim.
porque água que cai do céu [coisa mágica!] não faz mal a ninguém.

quarta-feira, outubro 26, 2005  

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