Equinócio ( a M. )
Nestes dias de poentes escassos
Onde o sol repentino se esconde
E folhas cansadas castanhas tombam
Sinto em mim dois corações
Batendo descompassados em par
Neste dia igual à noite
Entra o Outono de cabeça baixa
Pedindo desculpa d’ir roubar o sol
Cada dia desde agora mais curto
Meu amor cada dia mais longo
Bem-vinda estação das mais extensas noites
Mais tempo por casa, mais pretextos d’abraça-la
No chão juncado de folhas mortas cansadas castanhas
Vejo calendários a somar mais dias
A este amor que brilha oposto ao sol
E espero a chuva espessa a cantar nas sarjetas
Novas canções doces como ela
Adeus então Verão berço de nós dois
Bem-vindo és primeiro Outono
Sela esta arritmia apaixonada
Com fogos nas folhas que restaram
Rega esta terra com canções de chuva
Mata as sedes desta Pátria velha
Que eu por mim ando saciado
Onde o sol repentino se esconde
E folhas cansadas castanhas tombam
Sinto em mim dois corações
Batendo descompassados em par
Neste dia igual à noite
Entra o Outono de cabeça baixa
Pedindo desculpa d’ir roubar o sol
Cada dia desde agora mais curto
Meu amor cada dia mais longo
Bem-vinda estação das mais extensas noites
Mais tempo por casa, mais pretextos d’abraça-la
No chão juncado de folhas mortas cansadas castanhas
Vejo calendários a somar mais dias
A este amor que brilha oposto ao sol
E espero a chuva espessa a cantar nas sarjetas
Novas canções doces como ela
Adeus então Verão berço de nós dois
Bem-vindo és primeiro Outono
Sela esta arritmia apaixonada
Com fogos nas folhas que restaram
Rega esta terra com canções de chuva
Mata as sedes desta Pátria velha
Que eu por mim ando saciado
7 Comments:
*
(tinha ficado à espera do endereço bem anotado, do "envelope" e da figurinha que neles devemos colar, para que sigam certeiros e aportem na morada própria...)
Esperava uma qualquer surpresa boa
Hoje, que tenho certeza da data escrita.
Sem qualquer dúvida da combinação de palavras e contos, de inspiração e descompassado bater do coração...
É bonito ver entrar assim, o Outono!
Desde sempre me habituei a julgar-me "dependente" do Verão para sentir calor, energia nova todos os dias, frescura como bálsamo, brisa suave como redenção.
Afinal...
Pode ser tão doce, o Outono.
É estação completa! Desde o primeiro despertar dos dias, desde o começo da sua data certa.
Ler-te, assim, faz-me re-encontrar a estação.
A estação!
Essa, que agora dá primeiros passos,
aquela, de onde fica a imagem da tua partida. Mas melhor guardada (desejada!) a da chegada.
ainda outra, que virá e será nova!
Sim, assim como se de um ciclo de novos começos, renovados abraços!
*
(há dias em que acordo sem palavras... e tu trazes-me o alento, como se o Sol - que hoje se esconde - viesse morar-me no peito, alimentado!)
Ao lêr-te, rompeu o primeiro raio do sol deste dia aqui também cinza. Tens o poder de afastar as nuvens. Beijo.
:)
[vocês são bonitos, mesmo.. o Paulo e a Maria. os senhores crescidos, que conhecem bem as palavras que usam.. e eu tão nova. tão pequena, ao vosso lado.]
acho que nunca quis tão pouco o Outono, como este ano.
acabava sempre por me cansar depressa do calor. e ficava anciosa, à espera dos gorros e dos cachecóis. porque mangas compridas sempre me souberam muito melhor.. e porque pés dentro das poças de àgua da chuva, nas ruas, sempre me despertaram sorrisos.
este ano, não sei bem o que quero.. não sei o que espero, sentada no mesmo chão gelado dos dias quentes.
Clap, clap, clap!
(para os dois, é "clap!"
...quis dizer - "é claro!")
É tempo de recolhimento aguardando as chuvas que se anunciam.
Que bom é esse amor saciado, à espera de ser molhado, regado e transpirado.
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