quarta-feira, janeiro 25, 2006

No Comprido do Caminho

Sinto à minha frente a pausa
E não quero lá chegar
Mas o tempo que escolhi
Esgota-se no passo breve, na falta de fôlego

É, o tempo é de pausa
De espaço entre parênteses
De respirar e olhar horizontes
Não familiares

É, talvez não tenha escolhido a duração
Mas ela é
E é curta
E vejo-lhe o fim

Em tempos detive-me
Entre análise e síntese
E escolhi a síntese
Como mais bonita

Faz-me falta agora o tempo
Em que em vez de olhar Mundo
Procurei receitas para o melhorar
Não se sonham futuros sem leitos de passado

Alicerce, a análise
E o eu sintético por necessidade estética
Vejo-me agora vazio dos dados
Que sempre lancei e nunca recolhi

Da estética à estática
Interferido quieto
Com a pausa por horizonte
E não querendo chegar

Sempre me achei dono de mim
Embora sempre me tenha sabido
Parte de tudo e capaz de nada
Sempre achei que não pesava

Agora sei mais do que sabia
Agora tenho mais do que tinha
Só perdi no comprido do caminho
O desejo de permanecer sozinho

1 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

"agora sei mais do que sabia..." vim a correr só para aqui chegar. e foi muito bom. bom dia Paulo.

nesta pausa.
um b.e.i.j.o. e obrigado.

quinta-feira, janeiro 26, 2006  

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