segunda-feira, janeiro 16, 2006

Sob a neblina

O meu rio corre para trás
Sob a neblina
Como menino que viu fechada
A porta da sala
Onde não era suposto entrar

Uma piscina
Sob a neblina gélida
Meu rio hoje és verde
Meu rio és cinza

Lembro-te castanho
Com milhares de laranjas a boiar
A desaguar na Figueira
Meu rio de duas frutas
E de todas as cores

Ao fundo a ponte nova sobre o dorso
Lira de aço concreta
Tocável
Esta aqui ainda mais nova
Quebrada ainda
Lembra-me tudo o que resta unir

Viro-me e vejo uma nova torre e pala
A ousar desafiar a velha Torre e Paço
E acredito que se na minha Cidade
Ainda alguém ergue Torres ao desafio
Talvez, meu Mondeguito
Valha a pena olhar para ti
Sob a fria neblina