sábado, dezembro 17, 2005

Ao Mundo

Pelo sentido único
Palmilhado a palmas, mãos no chão
Sigo, inevitávelmente sigo
Em frente

E a carta que levo
Como cifra ou chave ou nada
Pesa, um peso leve de destino e ida
Caminho decorrente não corrido
Percorrido em lanço
De uma escada obvia

Ambiciono a derradeira letra
De um alfabeto de provir e lastro
Uma língua de palavra incontida
Toda simples, toda bela, toda carne
Um mastro

Nesse mastro um pavilhão pirata
De quem tira das palavras alimento
E ouvi-las é já saque e provimento
Do poema enquanto arte
De um todo que se parte

Eis a estrada metaforicamente estreita
Do articulador de versos
A fala
Eis um jardim de Cândido
No melhor dos mundos possível

E penso na enchada a pena
Num plantar de sentidos vegetais
E sou então cultor
Em papel de frases banais
No papel dos meus dias normais

Hoje, era uma hora e o sol pintava
sobre mim as cores deste Outono velho
Peguei num guardanapo no café
E comecei este poema sobre vias

Acabo agora, sendo certo
Que poemas viajam dentro de mim
Sem sossego tricoto estrofes na memória
E quando enfim saí, saí assim

Aldeia lacustre esta minha escrita
laboriosamente estacada beira-lago
Vivendo da rede que intermitente lanço
Ao Mundo.

3 Comments:

Blogger banalidadesdebase said...

Bonito!
;)

domingo, dezembro 18, 2005  
Blogger Titá said...

SÓ EXISTEM DOIS DIAS NO ANO EM QUE NADA PODE SER FEITO. UM CHAMA-SE ONTEM E OUTRO AMANHÃ, PORTANTO, HOJE É O DIA CERTO PARA AMAR, ACREDITAR, FAZER E PRINCIPALMENTE VIVER!"
FELIZ NATAL!!!

quinta-feira, dezembro 22, 2005  
Blogger Manuel da Gaita said...

só quero mandar um abraço e o desejo de Boas Festas a todos são os desejos do blog O Piolho da Solum ao Paulo

sábado, dezembro 24, 2005  

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