quinta-feira, novembro 10, 2005

Palmas

Deambulam as mãos pelo desejo
O nariz pela saudade
A língua rebola lóbulos d’ orelha
Os olhos baços de ver-te cá dentro

Nas transparências da vontade
( Que me lês livro translúcido )
Abro braços de abraçar
Sinto fogos sem queimar

Amores deferidos sonham
As permanências futuras
É vale que ecoa a cabeça,
Transporta teu nome e repete-o

E assim meio perdido
Meio coxo, meio nada
Aguardo, a areia das horas
A correr nas minhas palmas

E assim meio encontrado
Meio direito, cheio, pleno
Sei a hora de saber-te aqui
Apertadas mãos nas minhas palmas

Foge ou vem Tempo
Tua força é sempre a mesma
Todo o tempo sem ela
É tempo que leva a ela

E é circular a vida espiralada
Lembra a dança o minuete
Agora longe logo perto
Seguindo vamos em frente

6 Comments:

Blogger maria said...

Vim ver-te, saber de ti.
Agrada-me esse tempo de encontrar outro Tempo...

e mais uma vez pareço contrariar palavras (de andamentos da escrita poética), hoje para dizer que foi tão bom ler-te assim!

xi

quinta-feira, novembro 10, 2005  
Blogger isabel mendes ferreira said...

obrigado Paulo...e ....vou fugir para dentro do tempo "deste tempo" aqui. bjo.

sexta-feira, novembro 11, 2005  
Blogger maria said...

Hoje é dia de gostar (mais ainda) de sentir os minutos a escorrer...
Hoje é hora de aplaudir o correr do tempo, de o deixar ir...

até já, apetece-me dizer-lhe... mas como o tempo não me ouve e tão raramente me faz a vontade, digo a ti:
Até já... que hoje é dia de gostar

sexta-feira, novembro 11, 2005  
Blogger Cadelinha Lésse said...

É bom quando temos quem nos deite a mão. Ou, simplesmente, quem nos dê...

Um xi

sexta-feira, novembro 11, 2005  
Blogger mfc said...

É sempre esse o caminho... seguir-se em frente!

domingo, novembro 13, 2005  
Blogger paulo said...

Caro Vigário:

Escrevo há já muitos anos, e muito do que escrevo é francamente mau. Só volta e meia acerto. Quando decidi fazer este blog a minha ideia era por só o que achava bom. Depois entrei na lógica bloguistica de manter uma certa actualidade, o que escrevo agora posto agora, e o crivo da auto análise alargou-se. Estes versos são produto do agora, não uma tentativa de criar uma poesia memorável ou transcendente. São versos para a moça, se quiseres. Agora que não são lá muito bons, é verdade e concordo plenamente contigo. Mas também isto é um blog, é suposto ser virtual, aéreo, até inconsistente. Desculpa, mas às vezes foge-me o pé para a chinela. Agradeço a critica, o elogio foi optimo, mas o que soube mesmo bem foi a sinceridade. Um abraço.

quarta-feira, novembro 16, 2005  

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