Simetria
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Tive como todos dias de dúvida
Tive como todos dúvidas do dia
No bilhete que guardo de ti
Não me é contada a viagem
Ida está ida a necessidade de partir
E ficar é a viagem nova
Ida está ida a estrada
E a necessidade é cerrar as portas à luz fixa
Caracol de cerceadas antenas
A minha espiral doméstica é tudo
Muda a estação eu não mudo
Mudo fico porque ninguém me provoca a língua
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Troco estas mãos por toques novos
Que tocar de novo é nada
Deixei a vontade de ser no andar de cima
Não me apetece as escadas
Troco estes olhos pela largura do mar
O mar não troca e ri
E larga outra onda na areia branca
Não me apetece nadar
No dia de voltar percebi que não partira
E de saco ao ombro soube-me imóvel
No dia de partir adiei-me e não fui
E o ombro vazio pesava na mesma
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
No trinco da porta cerro dentes
A tentar trancá-lo a pensar parti-lo
E o pêndulo do relógio da cozinha
Não marca mais a hora passada
Fico porque sei andar por dentro da cabeça
Aprendi aqui quando ainda era
Resta-me o pensar vadio
De pensar em tudo e não produzir nada
Aprendi que o tempo
Vai dos zero aos cem como lhe convém
E se me restam mãos e olhos
Não me resta mais vontade
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Ida está ida a desejada espera
E outra espera aguarda à porta
E eu agora no andar de cima
Vou dar corda ao relógio
Esperar a nova hora nas rodas dentadas
De costas voltadas às novas vontades
Velho relógio mais que centenário
Fecho a tua caixa sobre mim
Agarrado à parede
Doze horas em números romanos
E uma espécie de saudade de mim
Conforma-me como sina aceite
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Não me sobra na cartola dos truques
Nem coelho nem lenço
Não me sobra nem cartola nem truques
E ilusões sempre me souberam a nada
Agarrado à parede do andar de cima
Eventualmente descerei de mim
Trocarei números romanos
Por desejos humanos
Embora os saiba os mesmos
A inutilidade de representar
A futilidade de ser
A inevitabilidade de ir
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
E não arriscar nada
Sabendo a simetria como redução geométrica da dúvida
E a paridade como iluminação duma solidão igual à minha
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Tive como todos dias de dúvida
Tive como todos dúvidas do dia
No bilhete que guardo de ti
Não me é contada a viagem
Ida está ida a necessidade de partir
E ficar é a viagem nova
Ida está ida a estrada
E a necessidade é cerrar as portas à luz fixa
Caracol de cerceadas antenas
A minha espiral doméstica é tudo
Muda a estação eu não mudo
Mudo fico porque ninguém me provoca a língua
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Troco estas mãos por toques novos
Que tocar de novo é nada
Deixei a vontade de ser no andar de cima
Não me apetece as escadas
Troco estes olhos pela largura do mar
O mar não troca e ri
E larga outra onda na areia branca
Não me apetece nadar
No dia de voltar percebi que não partira
E de saco ao ombro soube-me imóvel
No dia de partir adiei-me e não fui
E o ombro vazio pesava na mesma
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
No trinco da porta cerro dentes
A tentar trancá-lo a pensar parti-lo
E o pêndulo do relógio da cozinha
Não marca mais a hora passada
Fico porque sei andar por dentro da cabeça
Aprendi aqui quando ainda era
Resta-me o pensar vadio
De pensar em tudo e não produzir nada
Aprendi que o tempo
Vai dos zero aos cem como lhe convém
E se me restam mãos e olhos
Não me resta mais vontade
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Ida está ida a desejada espera
E outra espera aguarda à porta
E eu agora no andar de cima
Vou dar corda ao relógio
Esperar a nova hora nas rodas dentadas
De costas voltadas às novas vontades
Velho relógio mais que centenário
Fecho a tua caixa sobre mim
Agarrado à parede
Doze horas em números romanos
E uma espécie de saudade de mim
Conforma-me como sina aceite
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
Não me sobra na cartola dos truques
Nem coelho nem lenço
Não me sobra nem cartola nem truques
E ilusões sempre me souberam a nada
Agarrado à parede do andar de cima
Eventualmente descerei de mim
Trocarei números romanos
Por desejos humanos
Embora os saiba os mesmos
A inutilidade de representar
A futilidade de ser
A inevitabilidade de ir
Arriscar a simetria como se reduzir a par eliminasse a dúvida
Duvidar da paridade como se eliminar o risco fosse igual
A não arriscar nada
E não arriscar nada
Sabendo a simetria como redução geométrica da dúvida
E a paridade como iluminação duma solidão igual à minha
1 Comments:
Não gosto de falar na solidão porque me incomoda.
Deixa-me nostálgica... uma sensação de agressão a tudo o que sinto e a todas as cores que tenho dentro da minha vida.
Podemos não falar sobre o que nos incomoda, mas sabemos bem o que não queremos para a nossa vida.
Beijinhos.
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