sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Avô

A voz que já não ouço temperada e rude
A voz que não ouço que se calou de todo
Sei em mim gravada e resguardada e oca
À espera do gatilho que a dispare e mude

Sim eu sei do som a constante ronda
Que me rodeia marcial e protectora
Sim eu sei da memória o paquiderme
Que é derme por dentro e mais por fora

Vou na cavalgada maré da esperança
Ouvir o búzio soprado das galés
Navegar o mar da morte minha

Vou em tropel anárquico por doce
Ouvir-me em mim a gritar teus olhos
Olhos que cantavam a inaudível voz

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

ou então, nas palavras do poeta, a voz só audível aos olhos... beijo *

terça-feira, fevereiro 27, 2007  
Blogger teresamaremar said...

A saudade não é só perfume dos dias mórbidos, mas penhor da ressurreição,... coisas que por excesso de vida não morrem

(Eduardo Lourenço)

domingo, março 04, 2007  

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