Cervantes
Rocinante
A pequena obra-prima de existir
É dar o passo após o passo sem sentir
Ai caminho longo não terminas
Mais além que a vontade que dominas
Rimo ir na caneta que empunho
Como a lança inimiga do moinho
Rimo e vou porque dependo
Da minha projecção do que vou vendo
E o Rocinante de ouropéis velhos
Que cavalgo melhor que ele me deixa
É um sonho montado e não se queixa
Sabendo tão comuns ambos os fados
O gigante esbracejante que me trouxe aqui
É o mesmo do Quixote que te nomeou
Não são as Terras da Mancha que contigo vi
Mas é o mesmo o sonho que nos acordou
Dulcinea
A primeira mulher universal
Foi a mãe Eva
A segunda Atena Colossal
Nossa Senhora foi quarta
Dulcinea del Toboso foi
Forçosamente a quinta
Formosamente imposta
Se descontar-mos Vénus
O que aqui não podemos
Quimera de amor
Fantasia, paixão
Ai sonhos assim
Quantas não são?
Alquebrado velho
Ainda te restava
Em fotografia
E assim não passava
Sancho
E se eu tentasse a trilogia
Ficava para sempre sem o quarto
Como os Mosqueteiros
Amputado
No meu 1º. Quixote
Era o Sancho primeiro
Nunca percebi
Porque dera outro nome ao Livro
Agora percebo completamente
Era o grau académico vigente
Um era Dom
Outro demente
Ou seria o mesmo?
Quixote
Há duas bibliotecas míticas na História
A de Alexandria e a tua
Embora o Eco esteja perto
De pôr aqui mais uma
E Borges dizer que a ideia é dele
Rocinante Dulcinea Sancho
A tua loucura faz quatro
E tu onde estás no meio disto tudo?
No fim?
E se o fim não fosse o fim?
Fim?
A pequena obra-prima de existir
É dar o passo após o passo sem sentir
Ai caminho longo não terminas
Mais além que a vontade que dominas
Rimo ir na caneta que empunho
Como a lança inimiga do moinho
Rimo e vou porque dependo
Da minha projecção do que vou vendo
E o Rocinante de ouropéis velhos
Que cavalgo melhor que ele me deixa
É um sonho montado e não se queixa
Sabendo tão comuns ambos os fados
O gigante esbracejante que me trouxe aqui
É o mesmo do Quixote que te nomeou
Não são as Terras da Mancha que contigo vi
Mas é o mesmo o sonho que nos acordou
Dulcinea
A primeira mulher universal
Foi a mãe Eva
A segunda Atena Colossal
Nossa Senhora foi quarta
Dulcinea del Toboso foi
Forçosamente a quinta
Formosamente imposta
Se descontar-mos Vénus
O que aqui não podemos
Quimera de amor
Fantasia, paixão
Ai sonhos assim
Quantas não são?
Alquebrado velho
Ainda te restava
Em fotografia
E assim não passava
Sancho
E se eu tentasse a trilogia
Ficava para sempre sem o quarto
Como os Mosqueteiros
Amputado
No meu 1º. Quixote
Era o Sancho primeiro
Nunca percebi
Porque dera outro nome ao Livro
Agora percebo completamente
Era o grau académico vigente
Um era Dom
Outro demente
Ou seria o mesmo?
Quixote
Há duas bibliotecas míticas na História
A de Alexandria e a tua
Embora o Eco esteja perto
De pôr aqui mais uma
E Borges dizer que a ideia é dele
Rocinante Dulcinea Sancho
A tua loucura faz quatro
E tu onde estás no meio disto tudo?
No fim?
E se o fim não fosse o fim?
Fim?
2 Comments:
pergunto-me isto a mim própria diversas vezes: "e se o fim não fosse o fim?" beijinhos, paulo
em ti o fim é o sonho de um visionário que lúdico e lúcido atravessa céus e vales à procura do que já encontraste.
divinalmente.
subtilissimo.
"Livre este pássaro contradiz a tua essência" que é de sangue e sábio caminho.
O Rilke continua. mesmo quando o crepúsculo do teu discurso arranca relâmpagos e abafa todas as constelações.
Obrigada Paulo.
ficou perfeito.
enorme abraço.
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