quarta-feira, janeiro 10, 2007

Ver

No meio da neutralidade possível
No passo dado de acordo
No recordo
No esqueço

No que ficou de ti
No que ainda dou de mim

A pausa
No ir e vir das brisas

Corre um sangue no peito
Vermelho novo arterial
O pulmão sorve um ar de montanhas acessíveis
E uma espécie de esperança
Como uma espinha na garganta
Ou uma dor difusa
Preenche-me

Haver nas mãos mais

Corri a cidade e a cidade percorreu-me
Simbiótica a vida de andar
A deixar sobre mim os dias

O manto de ser
O véu de parecer
O estar onde estar
A necessidade de ver

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"haver nas mãos mais". isto resume tudo e todas as coisas. adoro-te *

quarta-feira, janeiro 10, 2007  
Blogger Sophie said...

Fui dar uma volta a pé, beber um café, ler o jornal e deliciar-me com um cigarro e uma água castelo.
Este ritual trás no tempo, um sabor antigo, algo que vem com o tempo... e sabe muito melhor no tempo, que no momento.
Estou apenas eu no café, apenas eu no espaço, apenas eu comigo e com noticias que se passaram. Trata-se de um passado que me acompanha, através de um jornal, que me recorda que dia é hoje, que momento é este, que tormento me acompanha, que fim me espera...
Olho para o cigarro, que parece durar mais que os demais e algo me arrefece, algo me espera, mas nada aparece.
Pessoas que entram com o mesmo vazio no olhar que eu experimento no toque.
Pessoas que me cumprimentam, com a mesma distância que eu lhes falo.
Pessoas que consomem e se vão, por uma calçada molhada e arenosa.
Pessoas. Trata-se apenas de pessoas. Esse animal que nos recorda que não está sozinho. Esse bicho que nos recorda onde estamos.
Onde vivemos.

"O manto de ser
O véu de parecer
O estar onde estar
A necessidade de ver"

Beijinhos

quinta-feira, janeiro 11, 2007  
Blogger isabel mendes ferreira said...

No que ficou de ti.






no que vejo. sem te ver, vendo.te por aí.

beijo P.

quinta-feira, janeiro 11, 2007  

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