segunda-feira, janeiro 08, 2007

Linha

O verso consentido que procuro
Procura-se nele mesmo intrometido
Sentir mais que escrever procura a mão
Sentindo pelo tacto outro sentido

Como transpor a ponte aérea
Entre o que tive em mim e já não tenho
Sabendo que o que tive permanece
E não o perco mesmo que perdido?

Consumisse a memória o seu peso em incensos
Numa névoa perfumada doce e depois omissa
Largasse-se o eu em lastros sólidos
Sobre o resto da vontade submissa

E depois escrever no vácuo o sentimento
Na exacta medida de o viver
Traçar uma linha divisória
Entra a mão a alma e o saber

1 Comments:

Blogger jguerra said...

Não escreves no vácuo... escreves nos sentimentos de outros, dos que te lêem, dos que te procuram.

Abraço

quarta-feira, janeiro 10, 2007  

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