quarta-feira, maio 02, 2007

Fada

A vertigem descendente o passo em falso
O Império decadente retalhado em cadafalso
Ai tu musa que me completaste o gesto
Onde depões hoje o ir e o resto?

Sim a coroa ainda a trago mas escondida
A que te dei ainda é minha apodrecida
No fundo de uma gaveta que não abre
Porque não a quero abrir ninguém o sabe

Fui e fui porque sabia
Que o que tinha não o merecia
Era farol para barca já perdida

Olho ainda olho para trás
Para o terreno deserto onde faz
Já muito tempo que eu fui audaz

Mas olho de pena e desalento
Por saber-te sempre o passo lento
Mas olho de hábito canino
Não, eu nunca fui felino

Nem nunca fui feliz contigo
Ou se fui foi de empréstimo e usura
Afoguei-me na taça do umbigo
Tropecei na mistela da candura

Inocência perdi-te
E francamente perdi nada
Tudo o que tinha dei-te

Inocente marcada
Como de estrela a noite
Adulterada fada

2 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

fada



fauno

alento


cândido


rota destino a passos de tigre.




TU.


__________________beijo.

quarta-feira, maio 02, 2007  
Blogger Gi said...

Ela existe, basta que se acredite
Depois é só procurá-la. Quem sabe dentro da gaveta ? :)

Bom dia, um beijinho

quinta-feira, maio 03, 2007  

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