segunda-feira, março 19, 2007

Caminho

Não sei para onde vou; sei para onde não quero voltar. E, considerando a essência do caminho, já parti. Caminho é a distância que medeia o ponto de partida do ponto de chegada. Definido um lugar onde o regresso não apetece, é obvio que de lá saímos. Não conhecendo destino, é também obvio que reconhecemos a existência de um. Daí, partida adquirida, chegada incerta, estou, obviamente, em caminho.

Sábado pedonal pelos Jardins da minha Cidade: Sereia Botânico Parque Velho Parque Novo Quinta das Lágrimas; faltaram alguns, mas haverá outro tempo deles. O dia era a Encarnação da Primavera, e o cheiro, o sol e o céu muito azul derrearam-me de exaltações. Apaixonei-me, claro; depois passou, com a brevidade telegráfica de um anel de indisponível. Quem inventou as alianças preveniu muitas guerras.

Hoje frio e chuva cobriram-me do Inverno que ainda é, e sendo Dia do Pai lembrei a mãe, e ando triste. Cheguei a casa a minha bicicleta está de novo furada. Caprichosa, castigou-me de a ter usado para fins ideológicos. Um dia pinto-a de azul, só para a chatear. Assim, o amanhã a ver o mar vai transformar-se em oficina e limpeza geral do quintal. Se não chover pelo caminho.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

querido paulo. e se chover. é a poesia. porque hoje é o seu dia ;) beijinho muito grande.

quarta-feira, março 21, 2007  
Blogger isabel mendes ferreira said...

p
e
r
d
i
d
a
m
e
n
t
e
!!!!!




olá poeta.


beijos. de água...


:))))
_______________!

quarta-feira, março 21, 2007  
Blogger Sophie said...

Sublime!

XI

quinta-feira, março 29, 2007  

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