Santa Cruz
Pede-me a tristeza um poema
A dor um verso que a amenize
A lágrima um lenço de palavras
A raiva um grito escrito em sangue
Pede-me a razão um porquê
Pedem-me as mãos que as use
Pede-me o coração uma arma
Diz-me a cabeça que não
De Timor banhado em sangue
Servo do fogo, pasto da ira
Ouço o choro contido, o som abafado
De mais um corpo que cai olvidado
Adeus, ó esperança que morres nas ruas de Díli
Adeus, ó canto de cisne do Império
Banhada pelo mar que te deu ao mundo
Nunca seu sal foram tanto as nossas lágrimas
Desculpa Timor tanto termos navegado
Mais uma vez não valeu a pena
Nas malhas que este império teceu
Enredaram teu coração, amortalharam-te a vida
Pátria imensa, a teus filhos deserdaste
Partiste ao mundo e não voltaste a casa
E agora a tua casa não é mais
Senão o fumo de teus pendões caídos
Porquê esta gesta carniceira?
Que demónio aparelhou aquelas naus?
Praias vermelhas de meu País
Tuas areias não são senão túmulos
Desculpa Timor tanto termos navegado
Desculpa mundo, os mundos que te demos
Adamastor nunca esteve só
E de seu cabo não nasceram esperanças
Cumpre este país de novo o seu destino
Carrasco da esperança, irmão do ódio
E o monstrengo rompante no seu corcel negro
Tem os cascos sobre pilhas de ossos
Porquê, ò belos soldados de Cristo
Não vos crucificamos nos mastros das caravelas?
Quem vos deixou partir a tal destino
Cheios da glória que em vão espalharam?
Ai mar azul, abre teu peito
Afunda o passado do meu povo
Cobre d’água as infames costas
Donde partiu a dor, o ferro, a morte
Ó ambição de meus avós
Ò cobiça, ganância, fome
Transfiguradas em Fé e em Império
Maldito é o teu berço e teu caixão
A dor um verso que a amenize
A lágrima um lenço de palavras
A raiva um grito escrito em sangue
Pede-me a razão um porquê
Pedem-me as mãos que as use
Pede-me o coração uma arma
Diz-me a cabeça que não
De Timor banhado em sangue
Servo do fogo, pasto da ira
Ouço o choro contido, o som abafado
De mais um corpo que cai olvidado
Adeus, ó esperança que morres nas ruas de Díli
Adeus, ó canto de cisne do Império
Banhada pelo mar que te deu ao mundo
Nunca seu sal foram tanto as nossas lágrimas
Desculpa Timor tanto termos navegado
Mais uma vez não valeu a pena
Nas malhas que este império teceu
Enredaram teu coração, amortalharam-te a vida
Pátria imensa, a teus filhos deserdaste
Partiste ao mundo e não voltaste a casa
E agora a tua casa não é mais
Senão o fumo de teus pendões caídos
Porquê esta gesta carniceira?
Que demónio aparelhou aquelas naus?
Praias vermelhas de meu País
Tuas areias não são senão túmulos
Desculpa Timor tanto termos navegado
Desculpa mundo, os mundos que te demos
Adamastor nunca esteve só
E de seu cabo não nasceram esperanças
Cumpre este país de novo o seu destino
Carrasco da esperança, irmão do ódio
E o monstrengo rompante no seu corcel negro
Tem os cascos sobre pilhas de ossos
Porquê, ò belos soldados de Cristo
Não vos crucificamos nos mastros das caravelas?
Quem vos deixou partir a tal destino
Cheios da glória que em vão espalharam?
Ai mar azul, abre teu peito
Afunda o passado do meu povo
Cobre d’água as infames costas
Donde partiu a dor, o ferro, a morte
Ó ambição de meus avós
Ò cobiça, ganância, fome
Transfiguradas em Fé e em Império
Maldito é o teu berço e teu caixão
7 Comments:
O teu blog é para ser lido, devagarinho, com muita calma, disfrutando palavra a palavra.
Tem aqui muita matéria interessante.
Gosto muito.
Perdi-me a te ler...
Sem exageros
Boa tarde, bjs
Mae: veio aqui ter pelo blog wadiRun, da Mendes Ferreira; no comentário que fiz mais abaixo, não era de maneira nenhuma minha intenção que se sentisse gozada; não é a minha maneira de estar aqui. Sim, uso ironia, sim, às vezes sem muita contenção, mas não foi o caso. Fui ao seu blog, compreendo ( se se pode compreender ) as suas dificuldades, e simpatizo. Abraço, e volte sempre
e a mim a tristeza pede-me o silêncio...a partida...a ida para nunca mais...
mas deixo o meu beijo sobre o verão que não é.
ao menos aqui....escreve-se...tão bem!
maldito o berço e o ninho das serpentes....
bom dia....sabedoria!
enorme.....xi.
bom dia e obrigada pelos parabens :)
o quadro `e de Luis Garcia, lindo nao `e?
beijo grande, muito grande!
Triste, mas belo como sempre.
Sim, intimida.
Não tu. O que leio.
Intimida mas atrai. Magnetiza.
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