quarta-feira, novembro 21, 2007

Pelo Acaso das Laranjas

O sol na fachada do prédio em frente é o sol da fachada do meu prédio; e é também o sol da fachada ( porque tenho duas fachadas ) da traseira do meu prédio. Assim, entre as fatias do sol a minha fachada é apenas sombria por ocaso, embora o sol corra o seu caminho, e agora não me pinte as pestanas do seu calor. Acordeão em cortinas fatiadas agora sol agora sombra.

A chuva cai, eu tombo entre obras primas essenciais, via papá. Herdei dele a miopia, a melomania e a espessa camada pilosa. O amor à vida, também.

Tanto tempo sem chover e depois quase de uma vez o meu quintal é a piscina de Inverno, coberta a folhas e aquecida pelos muros espessos. Volta e meia pelo meu amor. Vou ter oito laranjas, este ano. Pela primeira vez desde que plantei a árvore faz sete anos. Sete anos, oito laranjas. Será simbólico?