quarta-feira, dezembro 10, 2008

Se Vis Pace

A marcação marcial da pazada elimina, em intervalos regulares o monte de terra. O suor, apesar do frio escorre, pinga nos olhos nos óculos na terra. No correr do sol pelo céu, cavo podo brinco canto. E nada mais além do que terra verde e espaço. E eu, em suor e esforço, o esforço de Servir a Estética e a Ética do verde da terra e da rocha.

O meu Quintim:

Portão Verde coberto a profusa cabeleira verde e vermelha de Verão, de galho vivo e expectante de Inverno à Primavera; muro alto coroado a grade depois a rede; árvores em fileira encostadas nele, até à casa do vizinho, que me oferece uma parede cega, antes branca, de 15 por 4; um lajedo de granito forra quase todo o chão, tapete, tatami; um marmeleiro, podre, uma laranjeira, amarga, um limoeiro, acre, o demais verde, rodeiam-no pelo restante. Muretes de granito e xisto, made por mim com restos de obras e casas e gente que por aqui passou e deixou desleixos ou faltas de força.

Quintim é também:

Quintal, Canto, Cantinho; Jardim!

Disse um dia que a Jardinagem é uma Arte Marcial. Confirmo. Mas da parte Para Bellum.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Eu Vou Lá Ter de Comboio ( a I. )

A apanhar raios de sol declinando
Telhados que antevejo ruinosos
Espero, Redentor Dezembro
O frio desinfectante das tuas manhãs pálidas

A cama morna de apenas um corpo

Tenho nas mãos a cautela de quem já perdeu cautela
E nas esperanças bilhete de taluda perpétua
Ou rifa sai sempre
( desde que tu saiste, ó Musa )

Quando desceres do Céu
Ó Anjo Terrivel nos meus Céus de Lisboa
Vai ser noite e fria noite e vai ser dia
De fogueira pelos olhos e nas mãos

Lisboa novamente ninho de corvos e pombas

Voa!
Peremptória voa para mim e para cá, Musa!

( eu vou lá ter de comboio )